sábado, 12 de abril de 2014

Exposição David Bowie (MIS, São Paulo)


Não me lembro se já disse isso em alguns posts, mas algo que gosto de fazer é viajar para São Paulo. Sim, é isso mesmo que você leu: gosto de passar fins de semana na 'terra da garoa'. Afinal de contas, quando se trata de eventos e gastronomia, São Paulo deixa Rio de Janeiro no chinelo.

No fim do ano passado, fiquei sabendo que iria rolar uma exposição sobre David Bowie no Museu da Imagem e do Som (MIS). Era como juntar o útil ao agradável. Entretanto, só tive tempo de conferir esta exposição no último domingo. Peguei um ônibus às 2 da manhã e parti em direção a São Paulo 


Sinceramente, foi uma grata experiência aprender um pouco mais sobre a vida e carreira de David Bowie. Para quem é fã, descobrir um pouco mais sobre os artistas que o influenciaram e sua obra é tão gratificante quanto ouvir sua discografia. Além do mais, ver tudo aquilo ao vivo não tem preço.

Essa retrospectiva sobre a obra de Bowie foi concebida em Londres, no Victoria and Albert Museum, onde se tornou sucesso de público e crítica. Além da capital inglesa, apenas Toronto (Canadá) recebeu todo esse acervo antes de São Paulo. 

A exposição proporciona um mergulho sensorial na carreira de David Bowie, já que é necessário utilizar fones de ouvido, pois em diversos trechos podemos ouvir entrevistas e músicas, tudo de acordo com o setor da exposição. 

Está tudo lá: jazzz, folk, rock, soul, black music, surrealismo, expressionismo alemão, a influência do teatro kabuki japonês, as parecerias com Iggy Pop, Brian Eno e Klaus Nomi, a inovação de estilistas, psicodelia, obras de arte, androgenia e muitas outras coisas que, além de ser extenso, admito que não saberia mencionar de tão complexa que é a carreira de David Bowie.

A exposição é dividida em vários setores e não é em ordem cronológica. Assim que você passa pela entrada, a primeira peça é o conhecidíssimo macacão "Tokyo Pop", utilizado na turnê do álbum Aladdin Sane. Em seguida, uma sessão dedicada sua música mais famosa: "Space Oddity".


Na sala seguinte o visitante tem a oportunidade de conhecer o Verbasizer, um programa de computador criado por Bowie e um amigo que quebrava frases em palavras aleatórias. As inusitadas misturas foram a base de diversas letras. Bem ao lado da réplica do software, Bowie conta em vídeo o quanto se divertiu na elaboração do software.

Outro setor interessante é dedicado aos trabalhos no cinema, com destaque para "Labirinto - A Magia do Tempo" (1986) e “Furyo — Em Nome da Honra” (1983). O mais bacana é que também tem itens utilizados nas filmagens e cartazes dos filmes que Bowie já participou. 


Agora, o mais legal mesmo da exposição são os figurinos. Cada um mais bonito que o outro, como a roupa utilizada no programa Top of The Pops, cantando "Starman", o casado Union Jack da turnê do álbum Earthing, o terno azul claro usado na gravação do promo feito para “Life on Mars?”, o smoking de madeira usado no “Saturday Night Live” de 1979 (cantando "The Man Who Sold The World", "TVC 15" e "Boys Keep Swinging"), o figurino de pierrô de "Ashes to Ashes", a estética monocromática do duque magro e branco (Thin White Duke) de "Station to Station" e muito mais. 



Também é possível encontrar anotações de próprio punho de Bowie em esboços de discos, rascunhos de letras e cifras de músicas consagradas, como "Heroes", "Space Oddity" e "Five Years", e as artes de vários álbuns. São tantos detalhes, depoimentos e objetos (cerca de 300) que recomendo que você reserve, no mínimo, duas horas de sua vida para ver cada detalhe da exposição. 



O último setor é o mais bacana: é uma sala redonda, com TREZE figurinos em exposição, onde passam seis apresentações ao vivo de Bowie, como "Jean Genie" e "Rock and Roll Suicide". Aliás, esse é o único espaço que você não precisa utilizar os fones de ouvido. Até minha amiga, que já estava cansada e que não gosta de Bowie, se surpreendeu com este local.


Seria redundante dizer que David Bowie teve influência direta sobre a cultura contemporânea? Assim como diz no cartaz da exposição, 'suas contribuições à música, à moda e ao design são marcos de nossa era. Ele nos mostrou que poderíamos ser quem quiséssemos.' 

No fim, recomendo que você compre o catálogo da exposição na lojinha do MIS. Custa apenas R$ 40,00 e contém cada item, com sua devida explicação, além de um resumo da carreira de David Bowie. A capa do catálogo é um poster bem bacana.


Se você ainda não vou a exposição, corra porque só vai até o dia 20 de abril. Neste sábado (12), o visitante poderá ver a exposição até às 4h, com abertura da bilheteria às 10h. No domingo e terça-feira, o MIS abrirá às 10h e fecha às 23h. Quarta-feira (16) a exposição ficará aberta das 12h às 21h. Quinta e sexta-feira os horários são das 10h às 4h.
Em todos os dias a bilheteria fecha uma hora antes do fim da exposição.
O último final de semana, dia 19 e 20, terá uma maratona de Bowie. A bilheteria abre às 10h no sábado (19) e só fechará às 22h do dia seguinte (20), mas a visitação continua até meia noite.

INFORMAÇÕES
Exposição David Bowie em SP
Data: De 31 de janeiro a 20 de abril de 2014
Horários: Terças a sextas, das 12h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
A bilheteria fecha 1h antes do término do horário de visitação.
Ingressos: Na recepção do MIS (R$ 10 inteira e R$ 5 a meia) ou pelo site ingressorapido.com.br (R$ 25)
Às terças-feiras a entrada no MIS é gratuita.
Endereço: Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo
Mais informações: (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br

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