quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Helloween e Gamma Ray - 30/11/2013 (Fundição Progresso, Rio de Janeiro)


Meu inglês é péssimo, admito. Só consigo me garantir na leitura, pois na escrita também sou bem limitado. Como sou extremamente tímido, falar em inglês é um parto (já perdi vaga em estágio por não articular frases simples). Outra dificuldade que tenho é na audição: se a pessoa não falar pausadamente, é tenso de entender uma frase em outro idioma. 

Durante o show do Helloween no Rock In Rio, o vocalista Andi Deris disse que "a banda estaria novamente no Rio de Janeiro no dia 29 de novembro". Na hora, ninguém entendeu nada. "Como assim? Eles só iam tocar em São Paulo!". De fato, era isso mesmo. A banda tocaria somente por lá, junto com Gamma Ray, no dia 1º de dezembro. O anúncio, realizado durante o festival, foi uma surpresa para todos. E o local escolhido aqui no RJ não poderia ser melhor: Fundição Progresso.

Depois de perder o show do André Matos por pura incompetência da produção, que disponibilizou menos de 60 ingressos para serem vendidos na bilheteria do Teatro Rival, ir nesse do Helloween + Gamma Ray era questão de honra. Já tinha perdido a primeira passagem da “Hellish Rock Tour”, nome dado a turnê em conjunto das duas bandas. Devido ao sucesso, eles resolveram fazer a “Hellish Rock Tour - Part II”, só que desta vez a banda passaria aqui em terras cariocas. Tratei de separar meu rico dinheirinho, fui até a Fundição Progresso e retirei meu ingresso para a pista vip. Sim, comprei na bilheteria. Só me sujeito a pagar a taxa de inconveniência quando a procura pelos ingressos é altíssima e, mesmo assim, quando eles entregam em casa. No caso da Fundição, quando você compra online, o pagamento da taxa é obrigatório, só é possível retirar o ingresso no local e no dia do show. Então, qual seria a vantagem?

Resolvi beber uma St Bernardus Prior 8 ainda em casa, para amenizar a tensão. Chovia no dia, então pedia uma cerveja que acompanhasse o clima. O revés dessa minha ideia foi lindo: senti um sono eterno após degustá-la e saí depois do horário que havia planejado. Dentro da Fundição, resolvi me arriscar a beber uma Itaipava Premium e, como num passe de mágica, surge uma amiga das antigas. Que felicidade! Além de colocar as novidades em dia, tivemos a oportunidade de falar sobre coisas da vida e rir um pouco das piadas e analogias que só ela consegue pensar. 

Continuando com a saga de reclamações, essa minha amiga já foi me alertando: Já viu o tamanho da pista vip? Quando fui lá para ver, cheguei a entrar em depressão por alguns segundos. Era um cercadinho minúsculo que cabiam, no máximo, umas sete fileiras de espectadores. Pois é, seria o primeiro show completo que assistiria bem perto da grade. Afinal de contas, não é todo dia que se assiste Gamma Ray e Helloween ao vivo, né?


Novamente, assim como faço em todas as minhas postagens sobre shows, não vou falar do despenho dos componentes da banda em cada música, da galera pulando igual pipoca etc etc. Prefiro me limitar a criticar o setlist. Ah, e as músicas que tem link (e que não estão no setlist) te redirecionarão para o Youtube

O Gamma Ray mandou muito bem na escolha das músicas. Impossível não começar um show com "Anywhere in the Galaxy", música de abertura do ótimo álbum Power Plant. Aliás, o setlist foi composto com, no mínimo, uma música de cada álbum, com exceção de "Land of the Free II" (poderiam ter encaixado "Empress"), "Majestic" (ok, pode passar) e "Insanity and Genious" (heresia total! É o melhor álbum da banda e não teve uma música sequer!). Aliás, sobre este último álbum citado, era melhor ter cortado "Future World", jogado para o setlist do Helloween e pronto, problema solucionado.

Outro ponto positivo no setlist foi a inclusão de "Master of Confusion", música do EP que foi lançado recentemente, antes do estúdio do guitarrista pegar fogo. 


Setlist Gamma Ray

Anywhere in the Galaxy 
Men, Martians and Machines 
The Spirit 
Master of Confusion 
Rebellion in Dreamland 
Dethrone Tyranny 
Empathy 
Rise 
Guitar Solo 
Future World (Helloween cover)
To the Metal 
Send Me a Sign 

Sobre o show do Helloween, nota-se que o setlist é formado para divulgação do novo álbum "Straight Out of Hell". Ou seja, nada de esperar um show repleto de clássicos. A banda tem um arsenal de boas músicas para começar um show, como "We Burn", "Sole Survivor" ou "March of Time", só que a música escolhida foi "Eagle Fly Free". Depois disso, emplacaram quatro boas músicas do novo álbum (Nabataea, Straight Out of Hell, Where the Sinners Go, Waiting for the Thunder), que teve boa receptividade. São músicas boas, de fato. Não dá pra negar. Aliás, o álbum é bom. Só fica meio monótono no último terço.


Agora, o ponto mais negativo da noite veio em seguida. A sexta música é a única que não é fixa na turnê. Eles variam entre "Burning Sun" (a melhor do último álbum), "Steel Tormentor" e "Hell Was Made in Heaven". Particularmente, eu não gosto dessa última música e nem do álbum que ela está (Rabbit Don't Come Easy). Adivinhem qual que eles escolheram para tocar?


Claro que, para manter o equilíbrio na Terra, deveria existir um momento fodarástico para compensar esse erro. Eis que eles fazem um excelente medley com as músicas Halloween / How Many Tears / Heavy Metal (Is the Law), com direito a Kai Hansen cantando o verso final da última música. Sim, foi do caralho...


Setlist Helloween

Eagle Fly Free 
Nabataea 
Straight Out of Hell 
Where the Sinners Go 
Waiting for the Thunder 
Hell Was Made in Heaven 
Drum Solo 
I'm Alive 
Where the Rain Grows 
Live Now! 
If I Could Fly 
Power 
Are You Metal? 
Dr. Stein 
Halloween / How Many Tears / Heavy Metal (Is the Law) 
I Want Out 
A Tale That Wasn't Right (Unarmed Version)

Bem, a experiência de assistir a um show completo bem próximo a grade é muito boa, bem diferente de todos os lugares que já assisti (arquibancada, pista, dentro de roda punk etc). A única coisa chata são aqueles fãs que se acham os "verdadeiros fãs", que sabem até a cor da meia direita que o baixista usou na turnê de 87. 

Para coroar o fim do show, essa preciosidade estava perdida no chão. Me abaixei rapidamente e guardei com carinho no bolso. Trata-se da palheta do baixista do Gamma Ray, Dirk Schlächter. Minha amiga não ficou pra trás e conseguiu garantir uma palheta do baixista do Helloween, Markus Grosskopf.




PS: Sim, as fotos do meu celular são uma bosta. Tenho que tomar vergonha na cara e comprar um celular decente e uma câmera semi profissional.


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