segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Amazon Beer Red Ale Priprioca
O que dizer de uma cerveja cujo ingrediente é bastante utilizado pela indústria farmacêutica e cosmética? Essa é a história da Amazon Beer Red Ale Priprioca, a cerveja de hoje.
Sobre a Amazon Beer
A Amazon Beer iniciou suas atividades, em maio de 2000, com o lançamento de duas cervejas “clássicas” - a Forest e a River: uma pilsen leve e outra mais encorpada e mais forte (5% de teor alcoólico). Ambas foram criadas pelo mestre cervejeiro Izair Traversin com a consultoria de Reynaldo Fogagnolli, então mestre cervejeiro da Cervejaria Continental em São Paulo (hoje extinta) e atual dono da Cervejaria Universitária em Campinas. Os nomes em inglês da cervejaria e dos produtos mostram claramente o quanto está tudo orientado em função do turismo e dos visitantes estrangeiros, um caso bastante raro no Brasil.
Segundo o folclore brasileiro, Piri-Piri era um importante guerreiro que vivia numa aldeia indígena, no coração da selva amazônica. Conta-se que ele exalava um cheiro maravilhoso, capaz de atrair qualquer índia da tribo. Ele também tinha o poder de desaparecer, quando em perigo, ou para se livrar das hordas de garotas aos seus pés. Certa vez, a filha do Pajé da tribo desesperadamente apaixonada por Piri-Piri, pediu ao seu pai, Supi, para lhe ensinar um feitiço que capturarasse Piri-Piri. Para atendê-la, o pajé mandou que ela amarrasse os pés de Piri-Piri com seus cabelos em uma noite de lua cheia. Pressentindo o perigo, Piri-Piri desapareceu em uma nuvem, para não mais retornar. No lugar onde o índio fora visto pela última vez, brotou uma planta, que também exalava o magnífico aroma de Piri-Piri. Em homenagem ao índio, essa planta foi nomeada de piripirioca, nome que mais tarde foi abreviado para priprioca
Até pouco tempo atrás, a priprioca era amplamente utilizada na indústria de cosméticos, especialmente na fabricação de perfumes (a linha Natura Ekos tem um perfume baseado nesta erva). Entretanto, para o chef Alex Atala, o vegetal tem uma outra utilidade: confere um toque especial aos pratos, ganhando destaque no cenário internacional. "Conheci a priprioca viajando pela Amazônia, onde a planta faz parte da cultura local. Pesquisei sobre ela e percebi a possibilidade de usá-la na gastronomia", disse Atala em entrevista ao GNT (aliás, nessa reportagem do GNT tem uma receita de pudim de leite que a calda leva priprioca rs).
Prazer, priprioca =P
Em postagens anteriores, já deixei bem claro que as cervejas do tipo red ale não são as minhas favoritas. Mas, com a adição de uma erva brasileira na elaboração desta cerva, fiz questão de provar.
Cerveja de cor marrom, ligeiramente avermelhada, pouco translúcida, com espuma de média formação e duração. Logo de cara, já dá pra sentir um tom amadeirado no aroma, com o malte tostado no segundo plano e um leve dulçor. O sabor acompanha o aroma, com o amadeirado imperando, junto com um dulçor e algo que lembra canela (beeem suave). O lúpulo só deu pra notar no retrogosto. Carbonatação média. Corpo leve. Álcool presente, mas nada evidente.
Conclusão: se você busca uma red ale diferenciada e com ótimo custo-benefício, peça uma Red Ale Priprioca que ela pode te atender perfeitamente.
INFORMAÇÕES
Amazon Beer Red Ale Priprioca
Estilo: Irish Red Ale
Álcool: 6,0%
Cervejaria: Amazon Beer
País: Brasil
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: R$ 15,00
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Way Amburana Lager
Imagina beber uma cerveja com um aroma daqueles coquinhos queimados, que são vendidos no Centro do Rio de Janeiro? Pois é, senhoras e senhores, essa foi a primeira impressão que tive da Way Amburana Lager, a cerveja de hoje.
Sobre a Way Beer
Fruto da nova geração de cervejarias que vem surgindo, a Way Beer é uma micro cervejaria artesanal do Paraná, localizada em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Com produtos de alta qualidade e um espírito arrojado, em pouco tempo de existência ganhou destaque na região e no país.
O que faz dessa cerveja da Way ser tão especial? Tudo por causa do seu processo de maturação, que é feito com a madeira da Amburana Cearensis, árvore nativa do sertão nordestino brasileiro (especialmente no Ceará). Suas sementes são escuras e exalam um forte cheiro de cumarina, cujo aroma é semelhante ao de baunilha. Geralmente, a maioria das cervejas é maturada em carvalho, que tem características sensoriais de madeira mais fortes. Já a amburana, aqui no Brasil, é mais comum na maturação de cachaças, devido à riqueza de compostos fenólicos.
A classificação dessa cerveja é meio difusa. No Brejas, classificaram como Wood Aged Beer. Já no ratebeer, está como Doppelbock. Entretanto, vou ficar com a classificação adotada pelo Untappd: Black Lager.
A cerveja apresentou uma cor marrom (puxando levemente pro vermelho), ligeiramente translúcida, com espuma de média formação e duração. O aroma dessa cerva é bem interessante: tem lá o malte tostado, mas também tem algo que lembre café, madeira, baunilha e um dulçor parecido com esses coquinhos que citei logo no início. No sabor, ficam apenas as sensações de tostado e de madeira, além de um dulçor de certa complexidade e que nao consegui diferenciar. Aliás, essa sensação de madeira é presente na cerveja a todo instante, inclusive no retrogosto. Carbonatação média e álcool bem escondido, um perigo para quem é fraco com bebida.
E, para 'piorar' a situação, a medida em que essa cerva vai esquentando, o álcool vai se tornando mais presente, assim como as notas de madeira. Um espetáculo a parte.
Conclusão: é uma cerveja muito fácil de beber, desce redondinha. Entretanto, não vá pensando que é uma cerveja leve. São 8,4% de teor alcoólico e que estão bem escondidos. Além disso, não é qualquer um que gosta de cervejas com notas de madeira. Sendo assim, experimente essa cerveja de coração aberto, pois a probabilidade de você curtir é alta. Vale (e muito) o investimento.
PS: Tá no meu TOP 3 da Way, ao lado da Die Fizzy e da Double American Pale Ale.
INFORMAÇÕES
Way Amburana Lager
Estilo: Black Lager
Álcool: 8,4%
Cervejaria: Cervejaria Way
País: Brasil
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 25,00
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Mondial de La Biere Rio 2014: Dogfish Head 90 Minute IPA
O Mondial de La Biere Rio 2014 foi uma experiência interessante, pois pela primeira vez pude ter a dimensão exata do mundo cervejeiro.
Escolhi três cervejas para dedicar algumas linhas aqui no blog: Fraga Brown, 961 Lebanese Pale Ale e Dogfish Head 90 Minute IPA, a cerveja de hoje.
Sobre a Dogfish Head
A Dogfish Head vem sendo desde 1995 um dos expoentes da revolução da cerveja artesanal americana. Comandada por Sam Calagione hoje verdadeira celebridade do setor tendo comandado um documentário e um seriado pelo Discovery Channel que tinha como pano de fundo a própria Dogfish. Atualmente o QG da cervejaria encontra-se na cidade de Milton, Delaware, 300 km ao sul de New York.
A cerveja em si
Ao colocar no copo, a cerveja apresentou as seguintes características: cor âmbar, translúcida, com espuma de média formação e duração. O aroma dessa cerva é espetacular, com notas de frutas cítricas que se espalham facilmente. Tem também algo que lembra caramelo, mas bem suave. Sabor acompanha o aroma, com o malte tendo mais destaque, deixando a cerva bem equilibrada. Álcool bem assertivo, mas que não incomoda. Não é aquele 'baque' que muita cerveja com 9% de teor alcóolico te passa. Retrogosto amargo e seco, mas que deixa aquele gosto doce da laranja que te cativa a continuar bebendo. Carbonatação média.
CONCLUSÃO DO GRANDE CHICO
Essa cerveja é para iniciantes? Não. Estamos falando de uma Imperial IPA, ou seja, a cerveja vai ser beeeem amarga (lupulada). Acostume seu paladar antes de provar essa.
Tem um bom custo-benefício? Mais ou menos.
É fácil de beber? Mais ou menos.
É fácil de encontrar? Não, pois não é comercializada no Brasil. Somente em festivais ou se alguém trouxer de fora.
Observações: eu e minha mania de criar expectativas. Sempre me falaram que essa cerva era uma das melhores cervejas do mundo, mas acabei provando uma cerveja 'normal'. Claro que ela tem seu valor, é muito boa, mas o preço praticado pela exclusividade no festival beira o absurdo (Atualizando: no Mondial de 2015, custava 40 reais). Se você for lupulomaníaco, cai dentro porque vale o investimento. Agora, se fosse uns 20% mais em conta, teria um bom custo-benefício.
INFORMAÇÕES
Dogfish Head 90 Minute IPA
Estilo: Imperial / Double IPA
Álcool: 9,0%
Cervejaria: Dogfish Head Craft Brewed Ales
País: Estados Unidos
Comprada em: Mondial de La Biere Rio
Preço: Uns R$ 40,00 - preço da edição de 2015
Curiosidade: por que 90 Minute IPA?
Calagione é conhecido por suas invencionices, tanto para cervejas, quanto para equipamentos. Uma de suas invenções foi a “Sir Hops Alot”, uma máquina que tem como base o antigo jogo de futebol elétrico, criado por Norman Sas, onde, a cada minuto corrido, uma porção de lúpulos caía na fervura. Assim surgiram as famosas “Minutes IPA”. A alcunha 90 deve-se a um processo que libera o lúpulo de forma contínua durante 90 minutos, e não apenas em momentos específicos como tradicionalmente.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Tupiniquim/Evil Twin Lost in Translation IPA Brett
Depois de experimentar a Extra Fancy IPA e a Polimango, hora de encerrar a degustação com uma cerveja produzida com leveduras selvagens. Obviamente, como tenho uma mente insana, já imaginei que essas tais leveduras selvagens eram bichos raivosos, com dentes afiados, indomáveis, que vivam na floresta e que foram capturados por caçadores atrás de alguns centavos.
Foi brincando com os amigos desta forma que provamos a Lost in Translation IPA Brett.
Primeiramente, vale a pena explicar (com poucas palavras e só do jeito peculiar que você encontra aqui no blog) o que são leveduras selvagens: nada mais são que microrganismos diferentes da levedura de cultivo utilizada na elaboração de determinada cerveja, produzindo mudanças indesejáveis, como formação de película na superfície da cerveja, produção de turbidez, desenvolvimentos de odor e sabores estranhos. Neste link você encontra um bom texto sobre como começou a produção de cervejas com leveduras selvagens.
Foi brincando com os amigos desta forma que provamos a Lost in Translation IPA Brett.
Primeiramente, vale a pena explicar (com poucas palavras e só do jeito peculiar que você encontra aqui no blog) o que são leveduras selvagens: nada mais são que microrganismos diferentes da levedura de cultivo utilizada na elaboração de determinada cerveja, produzindo mudanças indesejáveis, como formação de película na superfície da cerveja, produção de turbidez, desenvolvimentos de odor e sabores estranhos. Neste link você encontra um bom texto sobre como começou a produção de cervejas com leveduras selvagens.
Agora, se a levedura utilizada nesta cerva é obtida de forma natural ou se é feita de 'forma caseira', me falta propriedade para falar sobre isso. Quem souber, por favor, deixe nos comentários.
Outro ponto de destaque da Lost in Translation é o rótulo. Combinar as linhas retas que a Evil Twin sempre utiliza (desta vez, dando destaque a uma rosa dos ventos) com o logo da Tupiniquim chama qualquer cliente. Bela sacada! Nota 10!
A cerveja em si apresentou uma cor dourada (puxando pro amarelo), turva, sedimentada (não se assuste com os flocos brancos), com espuma de boa formação e baixa persistência. Achei o aroma dela bem complexo, dando pra notar somente algo que lembrava fruta cítrica (maracujá ou abacaxi, sei lá). No sabor, fica mais fácil identificar as notas de frutas cítricas (maracujá e limão), além de deixar uma sensação de azedo no fim. É uma cerveja que deixa a boca seca, sendo um pouco difícil de degustar até o fim. Carbonatação média e corpo leve.
Conclusão: uma cerveja interessante, boa para degustar em dias quentes, só que achei complexa demais. Já tinha bebido outras IPAs da Evil Twin que usavam a mesma levedura, mas que desceram mais redonda que essa. No dia que você estiver de coração aberto, peça uma ampola e curta a cerva. Caso contrário, invista em outra.
INFORMAÇÕES
Tupiniquim/Evil Twin Lost in Translation IPA Brett
Estilo: India Pale Ale
Álcool: 6,5%
Cervejaria: Cervejaria Tupiniquim
País: Brasil
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 30,00
Tupiniquim/Omnipollo Polimango
Digamos que foi um 'golpe de mestre' da recém-lançada Tupiniquim. Suas primeiras cervejas foram colaborativas com cervejarias ciganas de respeito: com a dinamarquesa Evil Twin (Tupiniquim Extra Fancy IPA) e com a Omnipolo, da Noruega. O resultado desta segunda parceira foi a Polimango, cerveja da qual vou falar um pouco no post de hoje.
Sobre a Cervejaria Tupiniquim
Recém lançada, a Tupiniquim é uma cervejaria de Porto Alegre que vem causando uma excelente impressão. Ligada à importadora Beer Legends, responsável por trazer marcas como Evil Twin, Nogne, Omnipolo, Emelisse, Struise e muitas outras, investe em cervejas colaborativas para ganhar mercado.
Primeiramente, a curiosidade desta cerva: ela leva farinha de polenta e aveia na receita. Enquanto o primeiro ingrediente é uma alternativa ao dulçor caramelizado gerado pelos maltes, o segundo ajuda a suavizar o amargor.
Vou ser bem sincero antes de começar a descrever a cerva: não consegui notar nenhum dos dois, rsrs.
Cerveja de cor bem dourada, quase laranja (a cor na foto está atrapalhando), levemente turva, com espuma de alta formação e duração. No aroma, o lúpulo é bem presente, trazendo notas de frutas cítricas (laranja, maracujá e manga), com um dulçor lá no fundo. Sabor acompanha o aroma, mas com algo interessante: ela não tem aquele caramelo característico. É um dulçor que não sei explicar e que deixou essa cerva bem gostosa, com uma drinkability acima do normal. Aliás, no sabor dá pra perceber bem mais as notas de manga, principalmente no retrogosto. Outro ponto positivo é que, mesmo se tratando de uma Imperial IPA, ela não tem muito corpo. Carbonatação baixa. Álcool beeem escondido, mas presente (um perigo para quem é fraco na bebida).
Conclusão: conjunto excelente. Uma Imperial IPA com boa pegada e que desce fácil. Se ela fosse um pouquiiiinho mais barata, seria irrecusável. Vale (e muito) a pena experimentar.
INFORMAÇÕES
Tupiniquim/Omnipollo Polimango
Estilo: Imperial / Double IPA
Álcool: 9,5%
Cervejaria: Cervejaria Tupiniquim
País: Brasil
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 30,00
Tupiniquim/Evil Twin Extra Fancy IPA
Tendência, coincidência ou troca de experiências? Seja lá o que for, já existe uma boa quantidade de cervejas colaborativas aqui no Brasil. De certa forma, esse 'boom' é excelente, comprovando que o Brasil também tem grande potencial para produzir boas cervejas.
Esse é o exemplo da Extra Fancy IPA, uma cerveja colaborativa da cervejaria Tupiniquim (Porto Alegre/RS) com a cervejaria cigana Eviltwin Brewing (Dinamarca).
Sobre a Cervejaria Tupiniquim (retirado do blog O Contador de Cervejas)
Recém lançada, a Tupiniquim é uma cervejaria de Porto Alegre que vem causando uma excelente impressão. Ligada à importadora Beer Legends, responsável por trazer marcas como Evil Twin, Nogne, Omnipolo, Emelisse, Struise e muitas outras, investe em cervejas colaborativas para ganhar mercado.
Cerveja de cor dourada, levemente turva, com espuma de alta formação e média duração. Bem bonita, diga-se de passagem. Só na aparência já te convida para um gole. No aroma, predomina as frutas cítricas, com destaque para o limão, bem presente. O sabor acompanha o aroma, deixando um sabor bem amargo a cada gole. Quase não dá pra sentir o malte, mas ele tá lá. Só procurar que dá pra notar, bem no final, no retrogosto. Carbonatação alta.
Conclusão: cervejinha boa demais, viu. Do jeito que me falaram, esperava uma cerveja bem mais ácida do que amarga. Entretanto, é justamente o contrário. Uma boa IPA, vale o investimento.
INFORMAÇÕES
Tupiniquim Extra Fancy IPA
Estilo: India Pale Ale
Álcool: 6,3%
Cervejaria: Cervejaria Tupiniquim
País: Brasil
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 27,00
domingo, 12 de outubro de 2014
Bamberg Rauchbier
Muito tempo se passou depois do 'trauma' ao degustar a Aecht Schlenkerla Rauchbier Weizen. Na época, como estava conhecendo cervejas especiais, achava um absurdo uma cerveja ter gosto de churrasco ou de mortadela defumada. Hoje, com quase duzentas cervejas no currículo, essa era a única do estilo rauchbier que tinha degustado.
Era, pois chegou o dia de comentar sobre a Bamberg Rauchbier.
Sobre a Cervejaria Bamberg
A micro cervejaria Bamberg nasceu no ano de 2005 em Votorantim, nas imediações de Sorocaba, interior de São Paulo. Os irmãos Alexandre, Thiago e Lucas visitaram várias cervejarias ao redor do mundo, e através de muita pesquisa e análise fundaram a Cervejaria e deu-se o nome de Bamberg em homenagem à cidade alemã que leva o mesmo nome, referência em produção de cervejas na Alemanha. A cidade de Bamberg é um importante centro turístico e cultural, que tem como uma de suas principais atrações turísticas a Cidade Histórica, famosa por sua rica arquitetura medieval, ainda preservada depois de séculos e reconhecida como patrimônio histórico mundial. Além disso, possui outra interessante característica: sua densidade de cervejarias por habitantes é a maior do mundo.
Antes de falar sobre a cerveja em si, é necessário destacar dois pontos:
1- Estilo da cerveja: rauch significa fumaça em alemão e leva tal prefixo no nome pelo fato de seus maltes serem defumados por madeiras da região.
2- Os prêmios desta cerveja: Ouro no World Beer Awards 2010 (internacional) e 2013 (categoria Américas) e prata 2014 (categoria Américas), ouro no Mondial de La Bière Strasbourg 2010, ouro na Copa Cervezas de América 2014, prata na South Beer Cup 2011 e bronze em 2014 e 2013, prata no European Beer Star 2012 e 2009 e bronze em 2013, prata no Australian International Beer Awards em 2012 e 2010 e bronze em 2014, 2013 e 2011, prata no Festival Brasileiro da Cerveja 2013 e bronze no International Beer Challenge 2013 e 2012. Além disso, foi relacionada no livro “1001 Beers you must taste before you die” (1001 cervejas para beber antes de morrer)
Meu exemplar. Agradecimentos a Bianca, Vina, Marina e Edson!
Cerveja de cor bem avermelhada, quase marrom, translúcida, com espuma de alta formação e média duração. No aroma, o destaque fica para o malte torrado, lembrando caramelo e café, com o defumado beeeeem discreto. No sabor que o defumado se sobressai, também bem discreto, mas muito agradável. Quase não dá pra perceber o lúpulo de tão agradável que é o defumado desta cerva. Aliás, também dá pra notar algo adocicado, que ajuda na degustação desta cerva. Álcool também é bem discreto. Carbonatação média.
Conclusão: essa cerva foi degustada durante o evento do Paradiso Burgers lá no Hopfen. Harmonizou maravilhosamente bem. Espero repetir esta cerva em uma outra oportunidade, porque vale a pena!
INFORMAÇÕES
Bamberg Rauchbier
Estilo: Rauchbier
Álcool: 5,2%
Cervejaria: Cervejaria Bamberg
País: Brasil
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 20,00
Stillwater Classique
É sempre bom você se forçar a beber cervejas diferentes das que você está habituado, mas parece que com a Stillwater Artisanal Classique Post Modern Beer abusei um pouco da minha curiosidade.
Sobre a Stillwater Artisanal Ales
Obra do cervejeiro cigano (Gypsy Brewer) e DJ profissional Brian Strumke, a Stillwater Artisanal Ales (com sede em Baltimore, EUA) tem como premissa viajar pelo mundo produzindo cervejas colaborativamente ou através do aluguel de instalações de terceiros.
Cerveja de cor amarela, ligeiramente turva, com espuma de média formação e duração. No aroma, notas cítricas (limão, talvez), cravo e algo que lembre algum tipo de erva (capim limão, talvez). O problema dessa cerva, pelo menos pra mim, é o fato dela ser ácida demais! É algo tão brutal que foi complicado beber até o fim. O sabor do limão, mesclado com outra fruta cítrica que não soube identificar, se acentua a cada gole, deixando a boca seca. Pelo menos, a cerva não tem tanto corpo. Carbonatação alta.
Conclusão: olha, valeu a pena a experiência. Entretanto, não curti. Se você está acostumado a bebidas mais ácidas, talvez você se identifique.
INFORMAÇÕES
Stillwater Artisanal Classique Post Modern Beer
Estilo: Saison
Álcool: 4,5%
Cervejaria: Stillwater Artisanal Ales
País: Estados Unidos
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 27,00
Emelisse TIPA
De vez em quando, me deparo com cervejas que tem a incrível capacidade de desafiar meu paladar. Esse foi o caso da Emelisse TIPA, uma triple india pale ale de respeito.
Sobre a Brouwerij Emelisse Kamperland
É um complexo alimentício que envolve a cervejaria e um restaurante. Com sede na cidade de Kamperland, província de Zeeland, sudoeste da Holanda, encontra-se às margens do mar do Norte. Produzindo desde 2004, a Emelisse tenta resgatar a tradição cervejeira da região. O nome Emelisse é uma referência a uma das mais tradicionais aldeias de Zeeland durante a idade média.
Cerveja de cor laranja escuro (puxando pro marrom), turva, com espuma de média formação e curta duração. Logo no aroma já dá pra sentir que a porrada do lúpulo vai ser boa, com a sensação de frutas cítricas sendo bem intensa. No sabor, o lúpulo novamente é o grande destaque, confirmando a porrada que se esperava, lembrando principalmente abacaxi e tangerina. Entretanto, para fazer companhia ao lúpulo, o malte enfim aparece, trazendo uma sensação adocicada e torrefada para a cerva, equilibrando bem com o amargor. Álcool bem presente, mas que harmoniza com todo o conjunto. Carbonatação baixa.
Conclusão: se você não está acostumado com cervejas extremamente lupuladas, nem peça porque vai jogar dinheiro fora. A Emelisse TIPA é destinada para os lupulomaníacos. Pra quem curte amargor, é uma cerveja indispensável. Vale cada centavo.
INFORMAÇÕES
Emelisse TIPA
Estilo: Imperial / Double IPA
Álcool: 11,0%
Cervejaria: Brouwerij Emelisse
País: Holanda
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 27,00
sábado, 4 de outubro de 2014
Casa do Fritz - Penedo/RJ
Penedo. Quase dois anos depois, retornei à cidade onde tudo começou. Foi por lá que comecei a beber cerveja e, com boas companhias, pude ampliar a experiência. O motivo da viagem, obviamente, seria procurar bons bares e restaurantes. O tempo era curto (apenas dois dias), mas deu pra ver muita coisa boa por lá.
Com um cardápio ao estilo alemão e cervejas artesanais, não há como falar de Penedo sem citar a Casa do Fritz. Em atividade desde 1997, o restaurante está localizado bem no Centro de Penedo, cuja parada é quase que obrigatória para todos os grupos, seja um encontro entre amigos, passeio em família ou viagem de casal.
Sobre cervejas artesanais, a casa tem plugado três ou quatro barris de chopps diferentes, que ficam visíveis aos clientes nos fundos do salão interno do restaurante, e uma carta com oito tipos de cervejas (Pilsen, Trigo, Red Ale com beterraba, Amber, Centeio, Hopfen Lager, Porter e Vienna Lager). Caso queira levar uma lembrança para alguém, a Casa do Fritz, oferece um kit com três cervejas, camisas e copos personalizados.
Fonte: Destemperados
A grande novidade para os próximos meses será uma IPA com kiwi e visita guiada por dentro da cervejaria. Coisa boa demais!
Ainda sobre o estabelecimento, a Casa do Fritz possui dois ambientes: um deles é um amplo salão externo, ideal para um happy hour com os amigos e o outro é um salão interno, com um pouco mais de requinte, mais propício a um jantar de família ou para casais apaixonados.
Fonte: Destemperados
Para comer, recomendo fortemente a linguiça calabresa caracol (recheada com queijo provolone), acompanhada com pães e dois tipos de mostarda.
Fonte: Destemperados
O local fica aberto todos os dias, das 12h às 00h.
Nas sextas, sábados e feriados, eles dão uma esticadinha no horário: das 12h às 1h.
Casa do Fritz
Endereço: Avenida das Mangueiras, 518 - Penedo - Itatiaia/RJ
Fone: (24) 3351-1751
Cartões: Todos
Site: www.casadofritz.com.br