domingo, 29 de novembro de 2015

Mondial de La Bière Rio 2015: pontos positivos e negativos



No último fim de semana foi realizado o 3º Mondial de La Bière Rio, promovido e organizado pela Fagga | GL events Exhibitions. Ao contrário das primeiras edições, o festival não utilizou as instalações do Terreirão do Samba e decidiu desembarcar em um lugar bem mais amplo: o Pier Mauá, localizado na zona portuária da Cidade Maravilhosa.

Neste ano, resolvi adquirir o passaporte para os quatro dias de festival. Uma decisão sábia, tendo em vista que eram mais de 800 rótulos a disposição e o evento foi uma ótima oportunidade para rever grandes amigos que a correria do dia-a-dia impiedosamente trata de nos separar.

Se não tivesse tirado foto do ingresso, jamais teria essa recordação

De todos que reencontrei neste ano, três pessoas merecem um destaque especial: Vinícius Aleixo (um dos sócios do Hopfen Cervejas Especiais), Adilson Rodrigues (um dos sócios do CervejáRio) e Ton Salomão (um dos caras que mais me ensinou a analisar cervejas artesanais). 

O que eles três tem em comum? 
Foi com a ajuda deles que fiz esta postagem, identificando os pontos positivos e negativos do 3º Mondial de La Bière Rio. 

Pontos Negativos

Obviamente, vamos começar 'metendo o malho' na organização. É o que os 'formadores de opinião' sempre fazem :P

• Climatização: temos que reconhecer que São Pedro deu aquela força no evento, porque o calor que fez na quinta-feira foi absurdo. Não havia diferença entre ficar dentro ou fora do Armazém 4. Já no Armazém 3, com o entra-e-sai da galera, o ar condicionado pedia totalmente sua eficácia. Quem foi nos outros três dias e achou 'abafado', agradeça por não ter comprado ingresso pra quinta-feira.

• Pontos de hidratação: mas como assim reclamar dos pontos de hidratação, Chico? Você ficou maluco? 
Claro que não! É uma excelente ideia da organização colocar vários pontos de hidratação e a reposição era rápida. Entretanto, servir água quente para o público (ou em temperatura ambiente, como preferir) não foi nada legal. Caso o visitante quisesse beber água gelada, tinha que desembolsar 5 reais. 

Imagem: Guia Virtual das Cervejas Artesanais do Brasil

• Cartão de crédito: nesta edição, para comprar as fichas, os caixas só aceitavam pagamentos em dinheiro ou débito. Espero que, no próximo ano, a opção crédito volte a ser aceita.

• Banheiros: o verdadeiro "Calcanhar de Aquiles" deste ano. A reclamação foi geral, ao ponto do público feminino ficar mais de 30 minutos na fila para utilizar o banheiro. Para piorar a situação, a organização fez 'pouco caso' com a reclamação de um dos meus amigos (sim, a atendente não deu muita credibilidade para a queixa realizada por alguém do sexo masculino). 
A logística do banheiro foi bastante falha, tendo em vista que as filas cruzavam os corredores do evento. Há quem diga que existiam banheiros químicos (sim, eu os vi), mas cadê que eles estavam indicados no mapa?

• Logística das cervejarias: quem optou por ir somente no domingo ficou decepcionado com algumas cervejarias. Tupiniquim, por exemplo, só tinham 4 torneiras disponíveis. Na Bodebrown, todos os barris roncaram no sábado. Invicta nem plugou o Damiana (até sábado, não vi plugado). Isso sem contar com algumas cervejarias que fizeram falta neste ano, como Dum, Way, Pagan etc.

• Internet: muita gente reclamou que o sinal estava péssimo no local, fato este que não aconteceu nas edições passadas. Afinal de contas, o público era maior e todo munto queria tirar aquela selfie bacana para postar nas redes sociais ou creditar mais um check-in no Untappd.
Aliás, muita gente sugeriu que a organização disponibilizasse wi-fi gratuito na próxima edição. Um exagero, mas...

• Aplicativo: boa sacada da organização disponibilizar um aplicativo oficial do evento. Entretanto, como sou usuário do Windows Phone, não fui contemplado. Até entendo a complexidade de elaborar aplicativos para a plataforma, mas planejamento poderia ser uma palavra chave para atender os usuários dos três principais sistemas operacionais de smartphones.

• Público: Sim, o público foi um ponto negativo deste evento por diversos aspectos. 
- Muita gente furando fila dos banheiros (principalmente mulheres)
- Muitos desentendimentos por conta dos homens solteiros cobiçarem as mulheres acompanhadas
- Muitos homens solteiros achando que aquilo era micareta, ao ponto de ouvir frases hilárias como "perai que vou ali pegar uma mulher" ou "cara, você é linda, juro, muito linda"
- Roubo de utensílios das cervejarias como, por exemplo, o barril da 2cabeças da Marry me in Rio, receita produzida na Dinamarca em parceria com a cervejaria Amager Bryghus. 
- Pessoas que se achavam donas das cadeiras e não levantavam por nada, ao ponto de ver pessoas comendo em pé, enquanto os preguiçosos estavam sentados papeando.
- Pessoas que reclamavam dos valores cobrados pelos chopes e pelo copo ser de 'apenas' 200ml, medida esta padrão desde a primeira edição do festival.

Ou seja, tudo girou em cima da falta de educação, um grande problema que assola a população brasileira

Copo de 2014 (a esquerda) e de 2015 (a direita)
Quem inventou a história que, no ano passado, cada dose era de 300ml estava mentindo


Pontos Positivos

A lista também será grande, até porque o evento foi um grande sucesso.

• Transfer: quando ouvi que o evento seria no Pier Mauá, logo pensei no caos que seria chegar até lá. Com a cidade em obras, encontrar com bom caminho seria desafio semelhante a um dos 12 trabalhos de Hércules. Entretanto, a organização acertou em cheio, ao disponibilizar ônibus partindo da Candelária. 


• Pier Mauá: obviamente, o local escolhido merece destaque. Impressionante como o festival era realizado num espaço minúsculo. Somente nos stands mais badalados (ex: Bodebrown, Tupiniquim, Brassaria Ampolis, Jeffrey etc) que era difícil de circular e, aos olhos dos visitantes, a infraestrutura para os expositores era razoavelmente boa. 

Mesmo em obras, o Pier Mauá foi uma excelente escolha pra sediar o evento

• Alimentação: esquecendo o lance das cadeiras e do calor infernal, foi uma ótima sacada ter colocado diversos food trucks ao longo da área externa do Pier, com vista panorâmica para a Baía de Guanabara. Conversei com Felipe Barbosa, que estava no food truck do Boteco do Toninho e ele me disse que a ralação foi monstruosa em todos os dias de evento. Parece a fome da galera foi além do que a organização esperava rsrs


• Compra de tíquetes: com vários pontos de venda de tíquetes (ou estalecas ou cartoletas ou INSIRA O SEU APELIDO PARA O DINHEIRO AQUI), não vi dificuldade alguma para comprar. As filas também eram bem reduzidas nos stands das cervejarias, tendo em vista o maior número de opções neste ano.

• Preços: mesmo com aumento dos impostos sobre os insumos para produção de cervejas, os preços desta edição estavam bem razoáveis. Claro que alguns rótulos estavam com preços inflacionados (leia-se, cervejas badaladas que caíram no gosto popular), mas o que dizer da Bodebrown Perigosa a 6 reais? Weird Barrel Pirate´s Flip a 8 reais? Tupiniquim Polimango, Colorado Vixnu e Penedon Bauréééti a 10 reais? Tudo era questão de pesquisa, algo disponível no...

• Cardápio: outro ponto positivo do evento. O cardápio foi disponibilizado com certa antecedência, dando tempo para pesquisar e montar a lista de cervejas a serem degustadas com antecedência. O único problema foi não divulgarem os preços das cervejas no Petit Pub, mas isso é o de menos.

• Limpeza: eles contrataram aqueles robôs do Wall-E, só pode. Vira e mexe alguém deixava o copo cair e, milagrosamente, não tinha um caco de vidro no chão. 

• MBeer Contest: pela primeira vez, o concurso para eleger a melhor cerveja do Mondial de La Bière é realizado no Brasil. Como o resultado foi anunciado na sexta-feira, 15/11, pela curadora do festival internacional, Cilene Saorin, só mostra a importância do evento, que cada vez mais se solidifica em solo nacional


No geral, o 3º Mondial de La Bière Rio foi um sucesso e, sinceramente, superior aos demais anos. Mesmo com os erros da organização em alguns pontos, muito por culpa de um processo de expansão que talvez eles mesmos não estavam preparados, não podemos negar que o saldo final foi positivo.

Sendo assim, com os erros e acertos desta edição, o evento do próximo ano (que já está confirmado) tem tudo para dar certo e ser melhor que o desse ano.

E aí, você lembra de algum outro ponto positivo e/ou negativo do Mondial deste ano.
Deixe seu relato nos comentários!

Imagem: Guia Virtual das Cervejas Artesanais do Brasil

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