domingo, 24 de novembro de 2013

David Bowie - The Next Day


Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2013. Uma amiga me conta, visivelmente emocionada, que o show do Bruce Springsteen mudou a vida dela. Um claro sinal do poder que a música tem, ao ponto de mudar por completo o destino de uma pessoa. Assim defino a 'relação' que tenho com David Robert Jones ou, se preferir, David Bowie. 

Vamos contextualizar: certo dia, conversando com amigos, um dos assuntos da mesa foi suicídio. Tema pesado, mas que em determinado momento (recente) de minha vida já foi algo a ser considerado. Não tenho vergonha alguma de partilhar isso publicamente, pois todos nós temos problemas. Pois bém, após esta conversa, em meio a uma tristeza sem fim, resolvi ouvir "Heroes". Uma música puxou a outra e resolvi ouvir o álbum "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars", mais conhecido como "Ziggy Stardust". No fim, tive o prazer de ouvir pela segunda vez a música "Rock 'N' Roll Suicide". Garanto a vocês, senhoras e senhores, que minha vida mudou após ouvi-la. Hoje, vejo que todo ser humano de bem tem o poder e que pode ajudar o próximo de qualquer problema, seja ele qual for. 

♫ Gimme your hands cause you're wonderful ♫


Como em março estava na correria para conseguir agilizar os papéis da faculdade, não dei a atenção devida ao último álbum de estúdio de David Bowie, "The Next Day". Já que ele vive em um exílio musical, o álbum foi todo desenvolvido em absoluto segredo e pegou a todos de surpresa. 

Assim como comentei sobre o "13" do Black Sabbath, o último trabalho de David Bowie está longe de ser revolucionário e que mudará a história da música. Trata-se de um bom disco de rock, com variações características dos grandes trabalhos de Bowie, com boas notas de modernidade e de experimentação. Isso torna “The Next Day” um álbum básico, comparando com os demais trabalhos dele, mas que não é um "mais do mesmo". Ou seja, acaba se destacando, tem o seu valor.

Não posso negar que tem faixas muito boas em "The Next Day", como a canção-título (bem dançante e de refrão marcante), "Love Is Lost" (a melhor música para mim, que mudou de ritmo da versão do cd para o clipe, sendo as duas muito boas), "Valentine's Day" (bem melódica, a cara dos anos 80, sendo esta a faixa que pode cair no gosto coletivo), “(You Will) Set the World On Fire” (a segunda melhor para mim, baladinha rock bem simples, com refrão cativante), "You Feel So Lonely You Could Die" (com uma das letras mais pesadas do álbum, assim como a canção-titulo) e "Heat" (última música do álbum, que remete o estilo instrumental que Bowie sempre trabalha). Mas, na boa mesmo, não há como desprezar nem mesmo as músicas mais fracas, pois o cd está bom. Ouvir "The Next Day" por inteiro é recompensador.


No fim, chego a seguinte conclusão: essa reclusão voluntária de Bowie foi prejudicial para ele mesmo. Tantos outros artistas da mesma época que ele estão aí, lançando cds e fazendo turnês mundiais, enquanto ele se amargurou do cenário musical e preferiu "tirar férias". Acabou que esse hiato de 10 anos fez com que ele mesmo afastasse os holofotes, período em que se dedicou a pinturas e obras de arte. Neste retorno, vejo que a pausa fez efeito, pois não foi feito um trabalho qualquer. "The Next Day" é um álbum extremamente satisfatório. Enquanto isso, vou ouvindo suas músicas, com a esperança de um dia ver um show do cara que salvou minha vida...

Tracklist:
1. The Next Day (3:26)
2. Dirty Boys (2:58)
3. The Stars (Are Out Tonight) (3:58)
4. Love Is Lost (3:58)
5. Where Are We Now? (4:09)
6. Valentine's Day (3:02)
7. If You Can See Me (3:12)
8. I'd Rather Be High (3:45)
9. Boss Of Me (4:09)
10. Dancing Out In Space (3:22)
11. How Does The Grass Grow? (4:34)
12. (You Will) Set The World On Fire (3:32)
13. You Feel So Lonely You Could Die (4:37)
14. Heat (4:27)

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