Pois é, a Seleção Brasileira conquistou a Copa das Confederações. Cinco vitórias em cinco jogos, com quatorze gols a favor, apenas três contra, com direito a ter o melhor jogador e artilheiro do campeonato (isso porque não enfrentou o Taiti). Foi um título, de certa forma, convincente e que fez este que vos escreve reconhecer alguns absurdos que escrevi no passado.
Primeiro, o técnico da Seleção Brasileira. Luiz Felipe Scolari saiu pela porta dos fundos do Palmeiras, foi ressuscitado por Marín e conseguiu arrumar um esquema interessante na seleção, com um 4-2-3-1 pra lá de ofensivo e bem disciplinar em seu setor defensivo. Apesar do relaxamento no 2º tempo contra a Itália e o pragmatismo contra o Uruguai (esse sim, o jogo mais difícil durante toda a competição), o esquema funcionou muito bem e tinha duas premissas básicas: 1- sufocar a saída de bola do adversário e; 2- definir a partida nos minutos iniciais. Até comentei no trabalho sobre isso e lembramos de duas seleções que aplicaram com empenho esta tática: Hungria de 1954 e Holanda de 1974.
Segundo, a aplicação tática da equipe. Todos os jogadores, sem exceção, se dedicaram ao máximo para tentar acabar com a desconfiança do brasileiro. Sinceramente, souberam aproveitar muito bem o clima que foi criado, com os protestos do lado de fora do estádio e o apoio dos que estavam dentro. Sejamos sinceros: ninguém é contra a seleção e nem a Copa do Mundo. Somos contra é de como tudo isso foi conduzido, dos superfaturamentos, da falta de transparência nos gastos públicos e com a truculência dos policiais em TODAS as cidades em que houve protesto. Não houve um jogador que fez corpo mole ou que trocou gentilezas com o adversário. Isso, com certeza, fez com que o povo tomasse simpatia pela seleção.
Terceiro, o tão esperado confronto Brasil x Espanha. Uma frase que define bem aquele jogo está no excelente blog Olho Tático, que agora está na ESPN (graças a Deus, emissora de gente normal): "Hoje é dever exaltar a fantástica atuação brasileira. Amanhã é outro dia". Mesmo com as suspeitas que essa final foi comprada, que a Espanha que entrou em campo estava irreconhecível, que a Dilma gastou milhões para dar esse título ao sofrido povo brasileiro (e, de quebra, minimizar as manifestações) e outras alegações conspiratórias, há de se reconhecer a superioridade durante os 90 minutos sobre a Seleção Espanhola. Eles ficaram bem perdidos com a forte marcação na saída de bola. Xavi e Iniesta foram totalmente anulados por Paulinho e Luiz Gustavo (justamente um dos que critiquei). Arbeloa tomou um passeio do Neymar, assim como Azpilicueta.
E o que dizer do "golaço" de David Luiz, salvando aquele gol certo de Pedro? E da pressão que Sergio Ramos recebeu, chutando uma penalidade máxima pra fora contra Julio Cesar, que pegou categoricamente um pênalti do Forlan? E da jogada do trio Hulk-Neymar-Fred no terceiro gol? E da defesa do chute do Xavi, quando o jogo estava já definido? Tudo isso foi minando a confiança daqueles que estavam invictos por 29 jogos oficiais.
Por último, o desempenho de Neymar. Quem costuma conversar comigo sabe que nunca gostei do futebol desse jogador. Sempre achei que ele era apenas um Denílson melhorado e que era supervalorizado pela mídia. Pois bem, mesmo com uma mudança (para melhor) no Campeonato Paulista desse ano, continuei apostando que a máscara dele iria cair nessa Copa das Confederações. Puro engano. Neymar resolveu jogar tudo que sabe (ou o que vale) e foi o principal destaque desse time. Claro, não tem como negar que ele cavou algumas faltas e simulou uma agressão, mas tudo isso ficou em segundo plano devido ao show que o garoto deu nesse campeonato. O troféu de melhor jogador foi para a pessoa certa.
Aliás, falando em melhor jogador, a seleção do campeonato está quase perfeita. Faria apenas uma única modificação: tiraria o Fernando Torres para dar entrada do uruguaio Cavani.
O Brasil está preparado para a Copa do Mundo de 2014? Não ainda falta muito.
Mas, a partir do dia 30/06/2013, as outras seleções vão pensar duas vezes em subestimar a Seleção Brasileira.
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