terça-feira, 5 de maio de 2015

Metal Mania / Accept / Judas Priest - 23/04/2015 (Vivo Rio, Rio de Janeiro)


Uma das relíquias que preservo em casa é o disco do Rock In Rio II. Me lembro muito bem da última faixa do lado B, com compasso bem acelerado, que inicia com um solo de bateria único, seguido de um dos maiores riffs da história do rock e uma das melhores vozes que já ouvi.

Quem diria que, 22 anos depois, aquela criança que ouvia Painkiller na sala de casa teria a chance de ver o grande Rob Halford cantar essa mesma música ao vivo.


Oportunidades não faltaram para assistir a um show do Judas Priest nos últimos 15 anos. Afinal de contas, a banda inglesa veio ao Brasil em outras oportunidades e, mesmo com as especulações que a última turnê mundial da banda (Epitaph World Tour) seria a de despedida, o tonto aqui não conseguiu $ter tempo$ (Hã? Hã? Entenderam? rs).

Eis que, após um longo hiato de seis anos, o Judas Priest resolveu lançar não só um novo cd (Redeemer of Souls) como uma nova turnê mundial. E mais: aproveitando a passagem aqui pelo Brasil para o Monsters of Rock, eles tocariam aqui no Rio de Janeiro. De quebra, a banda de abertura seria nada mais, nada menos que Accept, que também está em turnê para divulgar seu novo trabalho Blind Rage, considerado um dos melhores cds de 2014.

Era muito rock'n roll para um dia só, minha gente! Seria heresia caso não garantisse meu ingresso!

A abertura da noite ficou a cargo da banda Metal Mania, projeto da lenda brasileira Robertinho do Recife. Como cheguei na metade do show, fica difícil tecer alguns comentários, até porque o som não era dos melhores (estava meio confuso, a bateria destoava do restante dos instrumentos de tão alta que estava). O resultado foi a completa falta de interesse do público (até minha, inclusive, pois resolvi ir pro bar e gastar NOVE REAIS numa latinha de Devassa).


Back For More
(Unknown)
(Unknown)
Fantasia Preto e Prata
Crazy Train (Ozzy Osbourne cover)
Iron Man (Black Sabbath cover)
Highway Star (Deep Purple cover)
The Trooper (Iron Maiden cover)
Como um Animal
Gata
MetalMania



Após cerca de 30 minutos de espera, foi a vez do Accept subir ao palco. Mesmo com quase 40 anos de carreira, tenho que admitir que passei a curtir recentemente o som da banda por puro desconhecimento, assim como Aerosmith (já contei essa história em outro post). Como o show da banda alemã não era o principal, já esperava que o setlist escolhido não demorasse mais do que uma hora. Felizmente, todas as músicas escolhidas caíram no gosto da galera, misturando velhos clássicos com novas composições.

Se no início do show o público presente cantava timidamente, a banda conduziu magistralmente até quem desconhecia o som dos caras no fim da apresentação. Com muita presença de palco (característica da banda) e participação efetiva de todos os integrantes, Mark Tornillo (sinceramente, nos faz esquecer de Uli em muitos momentos). Wolf Hoffmann (monstro na guitarra, cativou todo o público presente), Peter Batles (o som do baixo estava excelente, na medida certa) e os novatos Uwe Lulis (guitarra) e Christopher Williams (bateria) deixaram a 'carne amaciada' para o Judas Priest e um gostinho de 'quero mais' para os cariocas. Que show!

Stampede
Stalingrad
Restless and Wild
Losers and Winners
Final Journey
Princess of the Dawn
Pandemic
Fast as a Shark
Metal Heart
Teutonic Terror
Balls to the Wall



Fotos: Andre Luís Braga


Para fechar a noite, finalmente, o tão esperado show do Judas Priest. Não há como negar: os caras tem tesão no que fazem. Para lançarem um álbum com tanta qualidade como "Redeemer of Souls", só mesmo com muita disposição e energia, mesmo com quase CINQUENTA ANOS de carreira. Isso ficou bem claro ouvindo ao vivo as músicas do novo trabalho, como "Dragonaut", “Halls of Valhalla”, “March of The Damned” e a faixa-título, "Redeemer of Souls".

Agora entra aqui uma certa crítica ao público presente. Assim como aconteceu na apresentação do Accept, a indiferença com as novas músicas do Judas Priest é algo assustador. É nesse ponto que o ex-guitarrista K. K. Downing tem razão: o público quer ouvir sempre a mesma velharia, desprezando os novos álbuns. Não ter no setlist uma música sequer do Angel of Retribution (2005) ou do Nostradamus (2008) é de f**** qualquer um que vai ao show.

Fora esse pequeno 'grande' detalhe, assistir Rob Halford ao vivo é simplesmente sensacional. Um verdadeiro showman, com várias trocas de sobretudo ao longo do show, com direito a entrada no palco de Harley-Davidson antes da execução de “Hell Bent For Leather”. Aliás, sobre as músicas antigas, vale destacar que o setlist escolhido foi bem inteligente, com 17 músicas de 9 álbuns distintos. Senti falta de músicas como "Hellrider", "Night Crawler", "Rapid Fire" e "Hell Patrol", mas só notei a falta delas no fim do show.

Outro ponto que merece destaque foi a participação do público, principalmente durante o refrão de "Turbo Lover", ao ponto de todos os membros da banda aplaudirem no fim. Ponto mais do que positivo.

Não há como negar que o Judas Priest fez um excelente show, que encerrou por volta das 00h30 do dia seguinte. Os fãs cariocas tiveram uma 'sorte' danada, tendo em vista que a banda inglesa vinha de um descanso de mais de um mês e executou 17 músicas, quatro a mais que todas as outras apresentações realizadas aqui no Brasil.
Metal Gods!


Dragonaut
Metal Gods
Devil's Child
Victim of Changes
Halls of Valhalla
Love Bites
March of the Damned
Turbo Lover
Redeemer of Souls
Beyond the Realms of Death
Jawbreaker
Breaking the Law
Hell Bent for Leather


Encore:
The Hellion
Electric Eye
You've Got Another Thing Comin'


Encore 2:
Painkiller


Encore 3:
Living After Midnight












Fotos: Andre Luís Braga

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