quinta-feira, 16 de abril de 2015

Hopi Hari - Uma experiência única



Nunca fui a um parque de diversões na vida. Para mim, era coisa de outro mundo, de bacana, gente rica. Meus amigos mais próximos também nunca foram. Os amigos que tinham uma condição melhor sempre falavam das maravilhas que tinham no Tivoli Park ou da incrível montanha russa da Terra Encantada, a Disney carioca. Sendo assim, nunca achei que fosse algo 'para mim'.

Passados mais de 20 anos, eis que me surge a oportunidade de, enfim, conhecer o que seria um parque de diversões: ganhei um convite para visitar o Hopi Hari. Que maravilha!

1- Como fiz para chegar

Localizado no quilômetro 72 da Rodovia dos Bandeirantes, no município de Vinhedo (interior do estado de São Paulo), o parque está a 30 km de Campinas e 72 km da cidade de São Paulo. Até que pra chegar não é muito difícil.
• Se você optar por ir de carro, prepare-se porque a viagem é longa. Mais de 5 horas na estrada.
• Se você for de ônibus, o parque disponibiliza transporte saindo de alguns locais de São Paulo, Campinas e de outras cidades.
• Se você for de avião (que foi o meio que escolhi), também não é difícil: basta ir até ViraCopos e, de lá, tem um ônibus que deixa na entrada do Shopping SerrAzul. O problema desta escolha está justamente no trecho entre o shopping até o Hopi Hari, pois é uma caminhada de uns 20 minutos no acostamento da estrada que dá acesso ao parque.

Clique no mapa para abrir o Google Maps
Dica: ao invés de ir para a direita na rotatória, ande para a esquerda, beirando o Wet'n Wild

2- Hopi Hari
Inugurado em 1999, o Hopi Hari foi primeiro grande parque temático do país e a ideia dos criadores foi totalmente sensacional. O parque nasceu não apenas como mais um lugar cheio de brinquedos emocionantes para crianças e adultos, mas como um país fictício com hino, bandeira, povo e idioma próprios (hopês, uma mistura de línguas europeias) e uma colorida e inconfundível identidade visual. Além disso, o parque foi dividido em áreas temáticas com brinquedos e atrações para idades e gostos diferentes: espaço principal (Aribabida), com os brinquedos mais famosos; civilizações antigas (Mistieri), para os que gostam de sustos e emoção; espaço infantil (Infantasia), para as crianças pequenas, e velho oeste (Wild West) e espaço “mundial” (Kaminda Mundi), para quem procura diversão sem grandes emoções.
 
Atenção!
Antes de você continuar com esta leitura, saiba que as queixas/reclamações que virão abaixo são de uma pessoa que criou uma expectativa tremenda e acabou se decepcionando.
 
Recomendo a você que visite o Hopi Hari e veja com seus próprios olhos, tudo bem?

3- Panorama Inicial

A visão que tive do parque não foi das melhores. A decepção começou antes do 'Imigradero di Hopi Hari' (entrada do parque), justamente por causa dos guarda-chuvas que levamos. Pois é, mesmo com o parque disponibilizando um serviço de aluguel de armários, não é permitido que você entre com guarda-chuva, apenas com capas de chuva. Resultado: tivemos que jogar fora dois guarda-chuvas e aturar o mal humor dos atendentes.



4- Silig!
"Silig! Esta atração está temporariamente fora de uso. Danki".
Infelizmente, essa vai ser a frase que você mais vai ler durante a sua visita ao Hopi Hari.

Mesmo com a organização do Hopi Hari oferecendo a programação diária das atrações em seu site oficial, não dá pra negar o desrespeito com o consumidor. Afinal de contas, eram 12 atrações fechadas no dia que fomos (final de março), todas elas SEM PREVISÃO de volta.

A decepção já começa ao entrar no parque, com a Giranda Mundi e a La Tour Eiffel desativadas. Sinceramente, todo parque de diversões que se preze tem que ter uma roda gigante. Entram nessa lista o Rio Bravo, Crazy Wagoon, Evolution, Eléktron, Katapul, Ekatomb e algumas outras. Reconheço que os brinquedos precisam passar por um processo de manutenção preventiva, mas a quantidade de atrações desativadas é bastante elevada, desmotivando o visitante e superlotando as atrações que estão em funcionamento.
Então, a seguinte pergunta que fica no ar: será que vale a pena desembolsar R$ 80 para ter um dia de decepções?



5- Definição do Percurso

Como as atrações ficam superlotadas, a organização resolveu criar um 'passe VIP', com duas modalidades: uma por brinquedo (R$ 25) ou um combo para seis brinquedos diferentes (R$ 69, com direito a uma vez para cada um).

Para evitar gastar esse valor (já explico adiante o motivo, lá no item 7), pensamos num trajeto que incluísse a maior quantidade de atrações que seriam, de certa forma, novidade para nós. Sendo assim, fizemos o seguinte percurso: Vurang, Spleshi, West River Hotel e Montezum, com uma parada para almoço.

• Vurang: é uma montanha-russa em tamanho reduzido dentro de uma pirâmide. Além de curvas, subidas e descidas, os vagões dos trens giram em torno do próprio eixo. Se você já foi em outros brinquedos mais emocionantes, esse vai te dar só um calorzinho.
• Spleshi: É um ride aquático do modelo Log Flume, que possui botes em forma de tronco que transportam até 4 pessoas. Estes sobem uma certa altura, e depois passam por uma queda íngreme, caindo novamente na água. Você sai desse brinquedo MUITO molhado. Em dias sem sol, evite-o.
• West River Hotel: 3 minutos de PURO TÉDIO. Um passeio num vagão de madeira dentro de um hotel assombrado que não assusta nem criança. Sério, evite.
• Montezum: é a maior montanha russa de madeira da América Latina e, sinceramente, é o ÚNICO motivo para você visitar o Hopi Hari.


6- Montezum
Sempre tive vontade de andar de montanha russa, mas nunca tive a oportunidade. Encarar a Montezum seria um desafio para mim, já que nunca me aventurei em algo parecido.

Como dito anteriormente, é a maior montanha russa de madeira da América Latina, nos quesitos extensão (1030 metros), altura (42 metros), queda (44 metros), e velocidade (104 km/h). Mundialmente, ela é a 9ª mais rápida e a 7ª mais alta. São 58 segundos bem emocionantes, até porque o trem balança consideravelmente durante o percurso (característica natural das montanhas russas de madeira).


Foram mais de três horas na fila, embaixo de muita chuva para encarar a melhor hora do passeio.

A título de curiosidade, ficamos na terceira fileira. A força gravitacional em algumas curvas é algo indescritível. Não tinha forças para erguer meus braços, isso sem contar com o balançar do carro (sacode muito!) e o cagaço que deu quando passava embaixo da estrada.

No blog Hopi Hari Mania tem um bom texto explicando o melhor lugar para você curtir a Montezum

 
7- Passe VIP

E o tal Passe VIP, Chico?
Lembram que eu falei sobre seis atrações? Então, três delas estão na lista acima (Montezum, Vurang e West River Hotel). As demais são o Vulaviking (aqueles barcos piratas que tem em qualquer parque fajuto), Dismonti (carrinho bate bate) e Lokolorê (aquelas xícaras que giram no próprio eixo). Sinceramente, não dá pra gastar 69 reais nisso, sendo sincero.

Sugestão: gastem os R$ 25 para o Passe VIP SOMENTE NO MONTEZUM.



8- Theatro de Kaminda

O último ponto do nosso roteiro foi assistir a peça "Há Habi Taris". Praticamente, ela é a atração que fecha o parque, pois começa faltando uns 30min para o horário de encerramento.

O interessante dessa peça é que os atores chamam os próprios espectadores para subirem ao palco e os que ficam na plateia são encorajados a participarem reproduzindo sons ou fazendo gestos.

Se você NÃO quiser ser chamado para o palco, mas tá curioso em assistir a peça, é simples: basta ficar sentado no meio de cada fileira. Se você sentar nas pontas, a galera da organização vai te puxar pra participar. Por sorte, ficamos na plateia. Ufa!

 

9- Outros pontos negativos

Alimentação: você até pode levar produtos industrializados, desde que estejam lacrados. Recomendo fortemente que você leve algo na mochila, porque as opções disponíveis pelos restaurantes do Hopi Hari não são muito boas.

Arkadis: fliperama, com Pump It Up, fechado. Nem preciso comentar...

Lembranças: não há uma xícara decente ou então produtos ligados às atrações do parque. O máximo que tem é uma camisa do Montezum, mas a qualidade da malha não era das melhores. Lamentável.

Muitas lembranças da Looney Tunes e da Liga da Justiça
Do Hopi Hari mesmo, quase nada


10- Considerações finais

Resolvi criar esse espaço aqui para os amigos que comentam tanto no Facebook, quanto aqui no blog, sobre o que acharam e qual é a minha opinião a respeito. Afinal de contas, outras pessoas poderão ler essa postagem mais pra frente e ficar com a impressão que nada mudou, não é mesmo?

Então, meu brother André Tartaglia relatou no Facebook que "a comida lá dentro é péssima, o preço do refrigerante ou da água é abusivo, mas você deveria ter ido no cine 3D que é fera e no cine que simula uma montanha russa que também é muito bom".
Pois é, tenho que concordar com a alimentação. Os sanduíches são fracos (secos e sem sabor) e, para quem não bebe refrigerante ou cerveja, vai sofrer com as opções.
Não fui no Cine 3D, nesse simulador de montanha russa e nem no Saloon Show. Não tenho o que comentar, mas queria ter ido no Saloon. Entretanto, acredito que estas opções não pesariam ao ponto de querer voltar ao Hopi Hari.

Já o brother Jorge Botelho comentou que já foi no auge do Hopi Hari e que, desde aquele acidente, o parque nunca mais foi o mesmo.
Pra quem não lembra, uma adolescente veio a falecer no brinquedo "La Tour Eiffel", em 2012. Ao que tudo indica, foi falha humana, porque justamente aquele assento estava com defeito.
Aliás, tenho que confessar que estava num cagaço tremendo no Montezum justamente com a segurança do brinquedo, pois os elementos de segurança são uma trava que vai na sua coxa e um cinto de segurança. Medo de principiante =P
 
11- Conclusão
Se o passeio foi bom? Oras, foi excelente! Sair do RJ de madrugada, ir a SP, encarar um parque de diversões desconhecido e ir pela primeira vez numa montanha russa, tudo isso com uma excelente companhia, não tem preço!

Agora, no fim da viagem, a resenha que fizemos foi a seguinte: no passado, o Hopi Hari deve ter sido um excelente parque de diversões. Hoje, diante de tudo que foi exposto, a impressão que tivemos é que o parque poderá fechar a qualquer instante.
 
Por isso mesmo que a visita ao Hopi Hari é uma experiência única: para ir uma vez e nunca mais voltar.

1 comentários:

Newton Pessoa disse...

Eles se inspiraram nos parques de Orlando, mas tem muito ainda que melhorar para chegar no mesmo nível.