quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Black Sabbath e Megadeth - 13/10/2013 (Apoteose, Rio de Janeiro)


Tem certas situações na vida que você não consegue descrever. Por mais que se utilize um caminhão de palavras, você olha no final e pensa: cara, isso está incompleto. Pois bem, é com esse pensamento que saí no domingo da Apoteose. Melhor, da Apoteozzy.

Há muito tempo atrás, mais precisamente há 14 anos, convivia no colégio com um seleto grupo de amigos que só ouvia rock. Todo material novo que um adquiria repassava pra turma. Eis que um abençoado aparece com o "Black Sabbath - Reunion". Finalmente, iríamos ouvir um cd ao vivo com a formação original da banda, depois de uma cacetada de tempo após a saída de Ozzy dos vocais. No fundo, pensava comigo mesmo: feliz é aquele que viu este show.

Como muitos dos meus amigos já sabem (e, se eu já compartilhei essa informação por aqui, peço desculpas por ser redundante), uma das minhas maiores frustrações como um bom amante de heavy metal foi não ter assistido um show do Heaven and Hell, que não deixa de ser um Black Sabbath com Dio nos vocais. A última turnê da banda aqui no Brasil foi em maio de 2009. Na época, pensei que haveria uma nova oportunidade de ver Dio, Geeser e Iommi ao vivo. Só que minhas esperanças foram embora 366 dias depois da realização deste show, com o falecimento de um dos maiores vocalistas que já existiu. No ano seguinte, foi a vez de Iommi revelar ao mundo que estava com câncer, mesmo motivo que afastou definitivamente Dio entre nós. Ou seja, minha esperança de ver novamente o Black Sabbath em ação, seja com Ozzy ou Dio, tinha ido pro brejo.

Pois bem. Estava eu, de boa na lagoa, suave na nave, curtindo minhas 'internetis', até que leio a notícia sobre uma nova reunião do Black Sabbath, com direito a um cd de músicas inéditas (que, aliás, já até comentei por aqui) e uma turnê mundial. E mais: a turnê passaria no Brasil. E mais: com show no Rio de Janeiro. E mais: com abertura do Megadeth!

Aliás, vale abrir um parênteses sobre o Megadeth: depois do puta show que eles fizeram no SWU, eu não perderia uma próxima apresentação deles por nada! Com isso tudo, juntou a fome com a vontade de comer. Meia noite em ponto garanti meu ingresso, meu passaporte pro paraíso.

Após ficar quase duas horas na fila (e ter que aturar um monte de gente furando descaradamente, algo que brasileiro adora fazer), enfim, conseguimos entrar ao som de "Hangar 18". Sinceramente, como é bom gritar "Megadeth! Megadeth!" no solo dessa música, tocada com muita precisão. Nem parece que, há 11 anos atrás, Mustaine teve que encerrar temporariamente a banda por problemas em um nervo de seu braço.

Outro ponto que me chamou bastante atenção no show do Megadeth foi ouvir uma garotada, de no máximo 20 anos, cantando TODAS as músicas que foram tocadas. Só senti falta de "A Tout Le Monde", mas nada que comprometesse um baita show... e que era somente "de abertura".

Na mensagem final, Mustaine pediu a todos os presentes que voltassem pra casa com cuidado, pois queria vê-los novamente. Pode ter certeza que tivemos muito cuidado, já que uma surpresa pra lá de desagradável aconteceu no fim (se você, assim como eu, é bem curioso, pule para o OBS que está no fim do post)

Setlist Megadeth

Hangar 18 
Wake Up Dead 
In My Darkest Hour 
Sweating Bullets 
Kingmaker 
Tornado of Souls 
She-Wolf 
Symphony of Destruction 
Peace Sells 
Holy Wars... The Punishment Due 

Cheio de sede e no aguardo do que seria um dos três melhores shows da minha vida, parti pra caça da cerveja gelada, que era mais difícil de achar que o Amarildo. Na fila para comprar, ouvi uma conversa que, entre o show do Megadeth e do Black Sabbath na Argentina, foram apenas seis músicas tocadas pelo DJ. Nas minhas contas, já tinham tocado cinco! Corri para o grupo que estava, sem as cervas. Não deu outra: o pano desce, Ozzy provoca a galera com um "Olê, olê, olê", a sirene de “War Pigs” soa, seguido do som da guitarra e do baixo. Sim, Iommi, Butler e Osbourne na nossa frente. Um sonho tornando-se realidade, fazendo com que quem vos escreve ir às lágrimas por mais uma realização nesta vida.

Assim como meus amigos no Facebook, não há palavras para descrever este show. As músicas tocadas com extrema perfeição, a reação do público a cada instante... tudo perfeito. Até as músicas do novo CD tornaram-se extremamente agradáveis ao vivo. Agora, não posso deixar de falar que o melhor momento para mim foi quando eles tocaram, na sequência, Black Sabbath (onde uma abençoada roda abriu bem do meu lado, ô maravilha...), Behind the Wall of Sleep e N.I.B., simplesmente as três melhores músicas do Sabbath. Pinto no lixo!

Se poderia apontar uma falha no setlist? Talvez, faltou "Sweat Leaf", mas... quem se importa? É Black Sabbath, porra! Só me liguei que não tocaram essa no dia seguinte!

Sinceramente, não tinha como perder este show. Para quem cresceu ouvindo suas músicas, eles merecem cada esforço e cada centavo guardado a muito custo. O que vimos no dia 13 de outubro de 2013 foi a história ser escrita diante dos nossos olhos.

Setlist Black Sabbath

War Pigs 
Into the Void 
Under the Sun/Every Day Comes and Goes 
Snowblind 
Age of Reason 
Black Sabbath 
Behind the Wall of Sleep 
N.I.B. 
End of the Beginning 
Fairies Wear Boots 
Rat Salad 
Iron Man 
God Is Dead? 
Dirty Women 
Children of the Grave 
Paranoid 

OBS: um recado para o cara que nos assaltou no fim do show (ou, como diria minha amiga, redistribuição forçada de renda - sério, eu vou rir dessa descrição por toda a eternidade!!)
Seu filho da puta, eu sei que você não vai ler esta publicação, porque você deve ser um 'excluído social, que acabou indo para o mundo do crime', como diria certas pessoas. Mas, espero no fundo do meu coração, que você se foda lindamente. Não serão R$ 200,00 que vão nos deixar mais pobres, muito menos os bens materiais que você levou, mas sim a porra da tua atitude de roubar trabalhadores, que estavam gozando do direito de se divertir depois de um mês de trabalho. Então, seu arrombado, se você não pegou esse dinheiro e enfiou no cu, pague pelo menos um supletivo pra mudar de vida.

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