Não, nunca fui fã de carteirinha do Aerosmith. Até os anos 2000, só conhecia bem duas músicas. A primeira foi ainda bem garoto, aos 10 anos de idade, ao ouvir no disco "Rock In Rio II - International" a versão cover de "Walk This Way", gravado pelo rapper Run-D.M.C.. Sim, eu ainda tenho disco aqui em casa. Sim, esse disco da foto abaixo é meu. A outra música era "I Don't Want to Miss a Thing", muito pelo sucesso do péssimo filme Armageddon e por uma carta que uma ex-namorada me mandou (é, não posso negar que a letra da música é muito bonita).
Por incrível que pareça, só tive a curiosidade de conhecer a banda por causa de um jogo de videogame. Pois é, senhoras e senhores, eu já fui jogador assíduo de Guitar Hero, ao ponto de dedicar de uma a duas horas da minha vida na frente da tv, todo santo dia, somente para melhorar os recordes estabelecidos e, de quebra, ouvir as músicas que gostava. Como tive todos os games da série, fazer download do "Guitar Hero Aerosmith" era uma consequência mais que previsível. O que não estava no script era gostar da banda.
Não vou aqui julgar o tempo perdido em aprender a tocar uma guitarra de plástico com cinco botões ao invés de comprar um violão/guitarra e meter a cara para aprender acordes ou comprar uma bateria de verdade, isolar acusticamente o quarto e mandar a vizinhança pro inferno. Se não fosse por esse jogo, hoje não teria o desejo de comprar um teclado no fim do ano. Mas, tenho que admitir que os games deste gênero foram essenciais para despertar (finalmente) em mim esse interesse musical.
Pois bem, banda conhecida, músicas decoradas e mp3 no celular. Faltava um show ao vivo. Infelizmente, perdi dois shows aqui no Brasil (o da turnê Cocked, Locked, Ready To Rock Tour em 2010 e o da turnê Back On The Road Tour no ano seguinte), muito por não ser aqui no Rio de Janeiro do que por outro motivo. Obviamente, quando pintasse a oportunidade deles tocarem em solo carioca, não iria medir esforços para assistir. Então, quando anunciaram o show, tratei de comprar meu ingresso logo nos primeiros minutos. De quebra, iria assistir Whitesnake no show de abertura. Pouca coisa...
Dessa vez, não tivemos maiores problemas para entrar na Apoteose, muito pelo fato de ter caído um verdadeiro dilúvio enquanto estávamos na fila. Sorte nossa ter encarado aquela chuva, porque muita gente preferiu se proteger. Quando a chuva cessou, todo mundo que ficou do lado de fora teve a ideia "jeniau" de entrar ao mesmo tempo. Resultado: fila quilométrica e os já tradicionais furões de fila. Muitos perderam o show do Whitesnake, que subiu ao palco pontualmente às 21h. Apesar de não conhecer bem o repertório a banda, muitas músicas que tocaram tem que ser de conhecimento para qualquer um que gosta de música (e não apenas dos roqueiros, tudo bem?), como "Love Ain’t No Stranger", "Still Of the Night" e a clássica "Is This Love".
Setlist Whitesnake
Give Me All Your Love
Ready an' Willing
Love Ain't No Stranger
Is This Love
Slide It In / Slow an' Easy
Love Will Set You Free
Pistols at Dawn
Steal Your Heart Away
Fool for Your Loving
Here I Go Again
Still of the Night
Burn (Deep Purple cover)
A chuva não dava trégua de jeito algum. Ora chuviscava, ora a chuva apertava. Foi um intervalo agoniante, já que a organização do evento não disponibilizou nada para comer (a não ser um sanduíche natural meia boca, pois os pacotes de biscoitos haviam acabado mesmo antes do início do show do Whitesnake) e beber qualquer coisa era impossível por causa da chuva. Este tormento acabou uma hora após o fim do show de abertura. Luzes se apagam, o telão acende. No palco, não tinha como não reconhecer aquele jeitão espalhafatoso de Steven Tyler e a bela guitarra de Joe Perry ("a bela" não: "as belas" guitarras, já que a cada troca de instrumento, era uma inveja branca sem tamanho, só perdendo para Kirk Hammett do Metallica).
Após assistir quatro shows em seis dias (Megadeth, Black Sabbath, Whitesnake e Aerosmith), hoje dou razão para a publicação polêmica do baterista Ricardo Confessori, do Angra, que publicou a seguinte frase no Facebook: "Iron Maiden, aposenta logo!". Na época, eu fiquei meio revoltado: como assim, mothafoca?!?! Hoje, compreendo perfeitamente. Ao assistir esses quatro shows, vi o quanto uma banda pode ter uma performance mais do que excelente no palco, algo que não vi no Iron nos dois últimos shows que fui.
Voltando ao show do Aerosmith. Deu gosto de ver a dedicação da banca no palco, principalmente Tyler nos vocais, praticamente ignorando a chuva que insistia em cair. Só de terem tocado "Back in the Saddle", "Love in an Elevator" e "Toys in the Attic" na sequência já valeu o dia. Apontar algum defeito no show seria de certa forma um pecado, porque foi extremamente gratificante ouvir todas as músicas que esperava. Tá, tudo bem, faltaram "Angel", "Amazing" e "Pink", mas... sinceramente... a frustração só veio por não tocarem a última, já que as duas primeiras eles não estão tocando nessa turnê. Mas, como "Pink" foi substituída por "Rag Doll", nem me importei.
Agora, a melhor cena da noite foi o beijo de língua que Steven Tyler deu em uma fã, com direito a mão na nuca e tudo! Hilário! Essa menina zerou a vida!
Para finalizar, não posso deixar de registrar outra falha da organização do evento. De todos os shows que fui na Apoteose, pela primeira vez eles quiseram separar o povo da arquibancada da pista, cobrando ingressos com valores diferentes. No dia do show, quem era da pista ganhava uma 'pulseira' que 'dava o direito' de transitar em ambos os setores. Na minha opinião, muita gente deve ter comprado arquibancada e a pista ficaria vazia. Sorte de quem pagou pela arquibancada, que era mais barata.
Que o Aerosmith volte mais vezes aqui no Rio de Janeiro!
Já estou no aguardo do próximo show!
Setlist Aerosmith
Back in the saddle
Love in an elevador
Toys in the attic
Oh Yeah
Janie’s got a gun
Dude (Looks like a lady)
Rag doll
Cryin’
Last child
Jaded
Stop Messin’ Around
What it takes
Livin’ on the Edge
I Don’t Want to Miss a Thing
No more no more
Come Together
Mother Popcorn
Walk This Way
Dream on (ao piano)
Sweet Emotion
Mama kin / Crazy
Train kept a rollin’
2 comentários:
Chico,
minhas impressões sobre os show do Aerosmith e Whitesnake foram praticamente idênticas às suas. Acho realmente que o Steven Tyler deu tudo de si naquele palco. O "véio" tá com 65 e com uma performance no palco melhor do que nunca. Perry não deixou por menos, muita virtuose, se ser um chato punheteiro. E o entrosamento dos dois estava como sempre. Nem parece que os Toxic Twins passaram por uma grave crise recentemente. Mas o que importa realmente é que os dois tocaram e cantaram como nunca. Só não entendi a falta do Tom Hamilton. No cartaz da turnê ele está na foto, mas o baixista que tocou foi o David Hull. Quanto ao setlist, bem... ouço Aerosmith desde 1998, e desde essa época me tornei muito fã. Se eles tivessem subido ao palco para tocar "Parabéns pra você" eu ficaria realizado. Claro que adoro Amazing, Eat the rich, Hole in my soul, Pink, entre tantas outras... Mas o repertório de 2 horas inteiras não deixou nada a desejar. Living on the edge, Crazy, Walk This Way, Toys in the attic, Mama Kin, etc... Enfim... e nem falei do show do Whitesnake, hein. Que lamento muitíssimo de ter perdido as 3 primeiras músicas. Logo elas... mas enfim. Foram 2 showzassos! Repetiria a dose over and over and over....
Po, Hole in my soul eu só lembrei dois dias depois! hahaha!
Ah sim, David Hull tocou no lugar do Hamilton porque ele está doente. Parece que ele ficou de fora da turnê sulamericana...
Valeu pelo comentário!
=D
Postar um comentário