sexta-feira, 27 de abril de 2018

Comida di Buteco 2018: Angu do Gomes


Mais um ano repetindo o melhor tour gastronômico que se possa imaginar: provar os petiscos elaborados pelos botecos que estão participando no Rio de Janeiro do concurso Comida di Buteco.

É algo que tenho um imenso prazer de fazer e de trazer pra vocês uma luz no fim do túnel para a seguinte questão: vale ou não vale a pena ir nesse boteco?

1) Angu do Gomes Veja como chegar

Petisco: Empada do Angu
Empada com farinha de angu, recheada com carne seca e creme de polenta com queijo cremoso, cobertos com crispy de calabresa e queijo parmesão


História do boteco: Em 1955, o português Manuel Gomes começou a vender angu em numerosas carrocinhas espalhadas pelas ruas da cidade. Um dos pontos tradicionais das carrocinhas era a Praça XV, onde Sérgio Mendes, Tom Jobim e Armando Pittigliani se reuniam para comer angu. Segundo Armando, o samba jazz surgiu devido à relação entre os músicos e o angu. Em 1964, Manuel morreu e o negócio foi assumido por seu filho, João Gomes, que se associou a Basílio Pinto, responsável pela parte financeira e administrativa do negócio. Em 1977, João Gomes e Basílio Pinto, com o sucesso do negócio, fundaram o restaurante no Largo de São Francisco da Prainha, no bairro da Saúde, para servir de base de operações das carrocinhas. O restaurante contava com 300 funcionários, 40 carrocinhas espalhadas pela cidade e uma média de mil refeições diárias. Logo, o local virou ponto de encontro de militantes da extrema-direita brasileira, que, ali, planejavam assassinatos e atentados visando à perpetuação do regime militar então vigente no país. O restaurante passou por grandes dificuldades econômicas nos anos 80, oriundas da crise econômica e do surgimento dos estabelecimentos de fast-food e dos restaurantes de comida a quilo. Em 1988, Basílio saiu da sociedade e, no ano de 1995, o restaurante fechou e as carrocinhas foram recolhidas. Em 2009, Rigo Duarte, neto de Basílio e formado em Gastronomia, junto com outros sócios, reabriram o restaurante, em outro número do Largo de São Francisco da Prainha..

Descrição do petisco: A apresentação é totalmente diferente da imagem promocional, o atendimento é acima do esperado e as bebidas estão sempre geladas. O petisco é mais do mesmo: uma empada com massa de farinha de angu e muito bem recheada. O problema é que eu, particularmente, não gosto de comer empada com garfo e faca. Só que, neste caso, é totalmente necessário, tendo em vista que a empada se desmancha no primeiro toque. Mal notei o creme de polenta, somente o queijo parmesão e a calabresa. Infelizmente, o prato não chegou na temperatura ideal.

CONCLUSÕES DO GRANDE CHICO
Serve quantas pessoas? Uma
Bem servido? Não
O sabor é o esperado? Sim
Preço: $11,90
Custo-benefício: Baixo
Resultado: Pense duas vezes  =|
Comentários: vou confessar que, ao olhar a foto promocional, fui totalmente com expectativa para provar este petisco. A diferença é absurda. A massa até que é gostosa, mas a empada chegou morna e com queijo já "solidificado" por cima da carne. Sinceramente, para comer uma empada grande de garfo e faca, vale mais a pena ir no Belmonte. A única vantagem de se passar no Angu do Gomes é se você for ao Bodega do Sal. Fora isso, pense duas vezes.

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Sobre o Comida di Buteco

Desde 2012, venho visitando alguns poucos bares participantes do Comida di Buteco, considerado um dos maiores eventos gastronômicos do Brasil, e tento reunir aqui o maior número de informações possíveis para você, visitante do Grande Chico, escolher o bar certo de acordo com a sua fome. Criado no ano de 2000 em Belo Horizonte (quando digo que lá é um excelente lugar para se comer, não duvidem!), a edição deste ano conta com mais de 500 bares, espalhados em 20 cidades, cujo tema escolhido para esse ano foi cereais.

Realizado anualmente entre os meses de abril e maio, a dinâmica do concurso é a seguinte: cada um dos bares participantes tem que criar um petisco com os ingredientes escolhidos em cada edição. O público e os jurados visitam, votam em quatro quesitos (higiene, atendimento, temperatura da bebida e o tira-gosto, sendo que este último carrega 70% da nota final) e depositam a cédula de votação na urna (cada bar tem sua própria urna). Aliás, é proibido que os funcionários do local colocarem as cédulas dentro da urna.

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