domingo, 15 de março de 2015

Circuito das Estações 2015 - Outono




Tenho 80kg, 1,64m de altura. IMC é de 29,7, acima do peso ideal. Entretanto, gosto de considerar que estou obeso, afinal de contas, estar acima do peso ainda dá margem para continuar a comer as besteiras que o mundo moderno proporciona. Aliás, minha alimentação não é nada exemplar, pois me amarro em refrigerante, biscoitos recheados e fast foods. É difícil que eu destine uma refeição para comer uma fruta como sobremesa ou no lanche da tarde. O resultado disso não foi nada animador: glicose 96, colesterol 267, HDL 66 e LDL 176.

Para piorar a situação, nunca fui fã de praticar esportes ou de ir à academia. Até jogava bola todo fim de semana, mas como um amigo se machucou, o futebol morreu. O golpe de misericórdia vem da perna esquerda: condromalácia patelar no joelho. Ou seja, ganhou peso, o joelho vai berrar de dor.

Até que, um dia, recebo a seguinte mensagem no WhatsApp:

Ela: Vamos correr no Circuito das Estações Adidas?
(pausa estratégica para saber do que se tratava)
Eu: Claro! Vamos sim! Etapa Outono?
Ela: Não! Vamos nos inscrever logo nas quatro!

Ao aceitar esta proposta, tratei de pensar em objetivos para não desperdiçar o dinheiro investido. Como o tempo era curto, decidi participar da primeira etapa sem treino algum e apenas cuidando da alimentação. Sendo assim, a primeira etapa seria usada como referência para ser superada nas etapas subsequentes. Em seguida, novos exames de sangue e consultas com cardiologistas e ortopedistas para verificar a possibilidade de continuar com este planejamento e fortalecer a musculatura na academia.

Inicialmente, a meta é perder entre 5 a 10kg até a última etapa, que será realizada em dezembro.

Compramos então o kit básico, que consiste em uma Camiseta ProRun Seamless Tecnology, uma sacola de treino (bem elaborada e leve), bandana (vou falar dela mais tarde) e medalha (que você recebe após completar a prova). 


A primeira vitória foi levantar da cama. Para alguém que está acostumado a acordar às 7h30, só de levantar às 5h da madrugada já merecia uma medalha. Na boa, tava aquele clima gostoso, bom pra ficar embaixo do lençol. 

Outro ponto que tenho que destacar é a alimentação antes da prova. Optamos por pão branco, frutas, uma pequena dose de café. Não sentimos qualquer desconforto durante a prova.

Uma dica para você que pretende participar de outras provas no Aterro do Flamengo: metrô é o melhor meio de transporte. Isso porque o Centro estava totalmente parado devido ao um engarrafamento monstruoso, causado por outros participantes que optaram ir de carro e todos tiveram a ideia de estacionar na Cinelândia. "Jênius"...

Após deixar a bolsa no guarda volumes e retirar o chip do participante (que se amarra no tênis, outro detalhe que já conto), a organização do evento promove um mega alongamento antes da prova. Em todo momento, eles sempre deixam bem claro que o importante não é a competição, mas que a prioridade é uma vida mais saudável. Só de ouvir isso já valeu a pena ter saído do conforto do lar, daquela caminha quente às 5h da manhã.

KM 1
Trote bem devagar. A impressão que dava é que os 5km seriam moleza.

KM 2
Fôlego já dava sinais de que não seria tão fácil assim. O sol resolveu dar o ar de sua graça. A sede veio com força total.

KM 3
Me perdi da minha parceira, após cada um ir para um lado em busca de água. Como já havíamos combinado um ponto de encontro e que cada um faria sua corrida, segui adiante. Joelho já deu sinais que não sou nenhum adolescente e tive que diminuir o ritmo. Além disso, eu era o suor em pessoa. Uma das serventias daquela bandana era justamente fixa-la no pulso para secar o suor. Dica anotada para a próxima etapa.

KM 4
Ter bebido água com tanta rapidez não foi uma boa ideia. Mais caminhada do que corria, mas algo engraçado aconteceu: vontade de terminar a corrida. Ver os outros grupos incentivando uns aos outros, ver os caras fantasiados divertindo os demais participantes e ver um pai a passos largos carregando seu filho deficiente te motiva a concluir a prova.

KM 5
Esses últimos 1000 metros foram eternos. Meu joelho já não aguentava mais, a dor aumentava a cada passo. Fora isso, o corpo até que suportou bem a este desafio. Sentimento de vitória pessoal, por não ter desistido, por ter levantado bem cedo e não ter deixado a preguiça me consumir. Após a linha de chegada, um bom espaço para hidratação, redução do ritmo de corrida e alimentação com frutas.


Eu, no fim da prova, na merda... :P

Uma parada que me deixou bem surpreso foi o tal chip. Como que a tecnologia é sensacional, pois eram mais de 10 mil participantes e o sistema computou o início e fim de cada um. Tudo devidamente registrado e enviado via email e SMS.

Agora, tenho que destacar outros dois pontos que observei
• Como tem gente fedorenta às 8 da manhã! Um cheiro de sovaco fedido que vou te contar, viu! Essa galera acordou cedo e nem pra tomar um banho antes da prova? 
• O contrário também: como tem gente usando 212 Sexy, Linda e outros perfumes pra lá de marcantes! Isso sem contar com a mulherada extremamente maquiada para participar de uma corrida. Por alguns instantes, até pensei que estava numa balada :P

Meu tempo final foi de 42m42, nada mal para uma pessoa sedentária, cujo maior desafio é correr atrás de ônibus durante a semana.

Próxima etapa será dia 12/07. 
Até lá, iremos nos preparar fisicamente para passar menos vergonha.


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