sábado, 2 de janeiro de 2016

Westmalle Trappist Tripel


Confesso que demorei um pouco para entender, mas com a quantidade de 'hora-copo' acumulada vejo que não existe a cerveja certa para começar a beber cervejas artesanais/especiais, muito menos um estilo específico. O que existe são cervejas ou estilos cuja aceitação é maior que os outros. 

É nessa estatística que entra a Westmalle Trappist Tripel, a cerveja de hoje

Trappisten van Westmalle
Em 1791, durante a Revolução Francesa, Augustinus de Lestrang Dubosc, mestre do noviciado da abadia de La Trappe, deixou a França e foi para a Suíça. Lá ele se estabeleceu no monastério de Val-Sainte da ordem Cartusiana. Lestrange decidiu enviar monges para outros locais para ajudar a criar novas comunidades religiosas. Um grupo de monges que se dirigia para o Canadá recebeu um convite do Bispo da Antuérpia, Cornelius Franciscus Nelis, para construir um monastério trapista antes que partissem para seu destino. Eles construíram as fundações da atual abadia em Westmalle, região de Flandres no norte belga, em uma pequena fazenda cedida pelo bispo da Antuérpia em 1794. Os monges tiveram que deixar Westmalle ainda em 1794 devido à invasão de tropas francesas. Somente em 1802 eles retornaram e reestabeleceram o monastério.
Em 1836, o que na época era somente um priorado tornou-se um monastério trapista. Ainda em 1836, o abade Martinus Dom deu início à construção de uma pequena cervejaria e em 10 de dezembro do mesmo ano eles serviram a primeira cerveja durante o almoço, uma cerveja mais leve. Durante muitos anos eles fabricaram somente para consumo próprio, mas em 1856 eles começaram a vender a cerveja na porta do monastério. A demanda aumentou ano a ano e a cervejaria teve que ser expandida nos anos de 1865 e 1897.
No ano de 1918, durante a I Guerra Mundial a cervejaria foi fechada porque os alemães confiscaram os "brew kettles" de cobre. Somente em 1922 a atividade foi retomada. Uma nova cervejaria foi reconstruída e entrou em atividade no ano de 1934. 

Ao colocar no copo, a cerveja apresentou as seguintes características: cor dourada/laranja, turva, com espuma de média formação e baixa duração, ficando uma leve camada até o fim. Tem um aroma bem complexo, mas dá pra notar frutas cítricas e um dulçor que lembra mel. No sabor, as frutas cítricas aparecem de novo, misturando-se com o mesmo dulçor. Tudo muito equilibrado e na mesma medida. O interessante é que o álcool não se sobressai, mesmo com os 9,5%. Carbonatação baixa/média. Corpo médio. Retrogosto é uma bela confusão mental, com novamente o doce misturado com cítrico, além de esquentar a garganta a cada gole. 

CONCLUSÃO DO GRANDE CHICO
Essa cerveja é para iniciantes? Sim, o paladar aceita bem, principalmente para quem gosta de bebidas 'quentes'.
Tem um bom custo-benefício? Sim.
É fácil de beber? Mais ou menos, pois seu teor alcoólico é alto.
É fácil de encontrar? Sim, em supermercados e bares especializados.
Observações: boa cerveja para se colocar na lista, tanto para você que está indeciso em qual rótulo escolher, quanto para você que está começando no mundo das cervejas especiais. Dê uma chance para a Westmalle Tripel, prove sem medo e com moderação. Afinal de contas, uma cerveja com 9,5% não é para abusar. Vale o investimento.

INFORMAÇÕES
Westmalle Trappist Tripel
Estilo: Belgian Tripel
Álcool: 9,5%
Cervejaria: Trappisten van Westmalle
País: Bélgica
Comprada em: Hopfen Cervejas Especiais
Preço: Uns R$ 25,00

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