sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Laurentino Gomes e a trilogia 1808/1822/1889


Nunca fui fã de livros. Me lembro das provas de Português no colégio que tínhamos que ler aqueles livros clássicos da nossa literatura (como O Cortiço, Os Sertões etc), decorar aquilo tudo e fazer uma prova no fim do semestre. Como eu odiava aquilo. Minha aversão por esse método de avaliação é tão grande que hoje não tenho esse bom hábito de ler livros. Hoje, se leio três por ano é muito.  

Sim, me causa certa inveja daqueles amigos que tem esse hábito, que buscam as promoções em lojas virtuais ou que descobrem em sebos relíquias a preços baixíssimos. Sabe, ter aquela montanha de livros e arrumar algum tempo para ler...

(Sim, trocar o tempo na internet para ler livros pode ser uma solução)
(Sim, deixar de postar em um blog para ler livros pode ser outra solução)

Enfim, o número de livros que já li é baixíssimo se comparar com alguns amigos e extremamente alto se comparar com outros. É tudo questão de perspectiva! Admito que passei a ter esse gosto após ler a série completa do Harry Potter. Tudo bem, a história é legal, pode parecer infantil e tem um final ridículo. Mas, mesmo assim, gostei. Foi a partir do Harry Potter e a Pedra Filosofal que passei a ler outros livros.

Certo dia, navegando pela internet, soube do lançamento de um livro escrito por um jornalista, que relatava sobre a história da vinda da Família Real para o Brasil. Como sempre gostei de estudar história e acredito que para entender os problemas atuais de uma nação é preciso estudar o seu passado, resolvi fazer uma aposta e comprar um exemplar.

De certa forma, 1808 é de uma leitura muito fácil, ideal para quem quer aprender um pouco de história e que não estão preocupados com o rigor metódico das obras sérias e acadêmicas. É claro que, uma hora ou outra, o autor deixa transparecer sua opinião, ao dar um tom pitoresco a alguns personagens, mas nada tão absurdo quanto Marco Nanini, ao representar Dom João VI no filme Carlota Joaquina.

Ou seja, meus amigos: não vou aqui julgar a qualidade do livro e nem dos trabalhos anteriores de Laurentino Gomes. Deixo isso para os diversos críticos que já existem.

No embalo, resolvi comprar o 1822, que retrata a forma com que o Brasil estava prestes a se fragmentar em estados independentes e a salvação foi libertar-se de Portugal, tornando nosso país uma flor exótica na América: um império cercado por repúblicas. Esse, pra mim, é o período da história mais bacana de se ler. No fim do livro, me fiz a seguinte pergunta: por que ele não lança um livro sobre o início da República.

Estava eu, de boa na lagoa, suave na nave e vejo que, durante a Bienal desse ano, o autor faria o lançamento do 1889. Em seguida, faria uma noite de autógrafos na Saraiva do RioSul, pertinho do trabalho. Fiz questão de levar os dois livros anteriores, comprei o 1889 e fui pra fila para trocar algumas palavras com o autor. Sei que ele deve ter falado com milhares de leitores, cada um comentando o que achou de suas obras, os erros e acertos etc. Mas, fiz questão de agradecer a quem me deu a oportunidade de despertar o interesse em aprender um pouco mais sobre o Brasil.

Admito que comecei a ler o 1889 tarde demais, pois meu objetivo era terminá-lo hoje. Seria minha forma de celebrar a "Proclamação" da República. Considero o feriado de 15 de novembro como uma comemoração a um golpe militar, oficializado pela população 103 anos depois, num plebiscito totalmente tendencioso.

Mas, desde já, fica o conselho: leiam a trilogia de Laurentino Gomes.






1 comentários:

Newton Pessoa disse...

Sou da teoria que os livros que nos deram para ler no primeiro e segundo grau foram inúteis no sentido de (a)fazer-nos gostar de ler e (2) compreender o mundo. A gente aprende muito mais lendo Weber que "O Cortiço".